Think!

This may make you think. It only depends on how big is your world.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

[Time2Think] O meu mundo dos ansiosos.




Para um ansioso, a crise de ansiedade é apenas mais um aspecto da vida. Não porque ela é algo simples, que passa até despercebido, como um café da manhã, um “bom dia” (a não ser que seja um “bom dia” de uma garota que você goste, isso nunca passa despercebido); muito pelo contrário, passa com a frequência de uma coisa rotineira e com a intensidade de um desastre em nossas vidas. O desastre em si nem é real, a realidade que as pessoas que não são ansiosas estão acostumadas não vale para esse seleto grupo de pessoas que enxerga e sente o mundo de outra maneira. O ansioso sofre as atribulações da mente de uma maneira real, o que prejudica muito a capacidade das pessoas ao seu redor sentir empatia por ele. Se quando as pessoas ficassem tristes, elas sentissem uma dor no pé, ou a gripe só atingisse pessoas que tivessem sofrido desiuluções amorosas, o mundo dos ansioso seria mais simples e ele se sentiria mais compreendido. Mas o mundo não é assim, e enquanto algumas pessoas lidam com os percalços do mundo sem parecer que estão a beira de um colapso e que a morte parece algo iminente e próximo, outras pessoas não conseguem tropeçar na rua sem ter uma crise de choro e desespero, com a mente cheia de certezas que não são racionalmente certezas, mas que naquele momento são mais importantes que qualquer razão desenvolvida até então.
Difícil tentar explorar as vantagens de ser ansioso, parece um estado de espírito tão retrógado, tão “anti evolutivo”. que deixa quem o sente tão suscetível aos males que o mundo parece ter se adaptado tão bem. Males estes que são tão naturais quanto uma praia artificial no Japão. Nossa rotina mudou aos poucos e cada vez mais ela exigiu que o ser humano tivesse menos tempo, se acostumasse a ter sonhos que não fossem realizados, a se deparar com frustrações em cima de frustrações e seguir andando. Quem não se adapta a isso não tem qualidade de vida (há quem diga que quem se adapta também não tem), tem em suas mãos uma soma de problema sem solução. Todavia se eu fosse eleger uma vantagem que alguém ansioso possui eu diria que é a sua inerente capacidade de ver o mundo de uma maneira que ninguém mais vê, por mais que em geral o foco dessa perspectiva seja negativo, existem dois aspectos importantes. O primeiro é a constante preocupação do indivíduo com qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa. Por mais que esse “exagero” de reação perante as coisas “simples” possa destruir o dia, o ano, até a vida, se não for tratada com atenção, faz também com que cada aspecto da vida seja visto com mais delicadeza e atenção, pessoas ansiosas são pessoas atenciosas. O segundo aspecto que eu queria ressaltar aqui é o potencial de empatia que alguém ansioso adquire. Com o tempo aquele que sofre desse medo crônico percebe que as suas aflições não são compartilhadas por outras pessoas, o sentimento irremediável que o toma e parece como um furacão, para os outros é apenas uma “frescura”, e esse tipo de situação apenas piora a vida de alguém que como se não tivesse problemas suficientes, “inventa”. Portanto o ansioso sabe o quão ruim é ter sua dor não reconhecida e mais do que isso, ele não só acredita, mas sabe o quão incompreensível pode ser a dor de outra pessoa; pessoas ansiosas são sensíveis e se pararem pra pensar um pouco em si mesmo (o que parece óbvio, mas definitivamente não é), começam a enxergar a dor de outras pessoas de uma maneira acolhedora e compreensível. Acho que é importante salientar que este parágrafo é uma tentativa de ver o lado bom de algo bem ruim, se eu pudesse, eu me livraria da ansiedade instantaneamente.

Quanto mais me acostumo com a ansiedade, mais eu consigo prever as minhas crises, recentemente eu estava andando na rua e pensei “eu vou explodir dentro em breve”, não levou mais do que quatro horas para que a bomba explodisse. A crise de ansiedade veio com toda a força que eu já sou “acostumado”; não acredito que alguém se acostume de verdade com algo assim, mas eu sabia o que estava por vir, sabia que era ruim, desgastante e que eu me sentiria péssimo por horas. Foi a primeira vez que encarei isso com tamanha “indiferença”; nao que seja possível ser indiferente a um canguru te dando socos na sua cara, mas é possível encarar a situação com um olhar um pouco menos surpreso. Ansiedade virou rotina.  Eu tenho uma crise forte, com isso eu tenho alguns maus dias, e daí então uns bons dias e aos poucos eu penso que nunca mais vou sentir ansiedade na vida, mas aos poucos as coisas vão acumulando, e acumulando e ao contrário de antes em que eu negava tudo que poderia ter me levado a ansiedade, hoje eu sei bem o que me causa, eu sei bem as nuâncias da minha doença e se tem algo que eu possa me orgulhar em relação a isso tudo é poder me conhecer um pouco melhor.


Aqui vai uma maneira bem lúdica de entender um pouco mais sobre o assunto: http://themetapicture.com/heres-an-easy-way-to-understand-anxiety/

domingo, 4 de janeiro de 2015

[FRC] Recycle Rush - Primeiras impressões.

Um post bastante incomum, mas eu precisava de um link bom para que eu pudesse mostrar a diferentes pessoas este texto. O Kickoff foi dia 3 e as equipes já devem estar a todo o vapor para a temporada 2015 da First Robotics Competition. Aqui vai as minhas primeiras impressões quanto ao jogo.



Introdução geral ao desafio
Com a dica disponibilizada pela FIRST as equipes deste ano já esperavam alguma mudança na estrutura geral do jogo deste ano em relação ás edições passadas. Eis que a mudança veio: os robôs de diferentes alianças não irão circular pela mesma área, portanto o uso de bumpers não é mais obrigatório. Semelhante a desafio da temporada 2009-2010 da Vex Robotics Competition, os robôs de cada aliança tem um espaço delimitado já na arena por onde irão circular. Outro elemento que se mostrou frequente na dica e nos momentos antes do Kickoff foi a preocupação com o lixo (que também será tema da próxima temporada da FLL). Eis que temos o nosso desafio. Dean Keaman havia dito que este poderia ser o desafio mais difícil já feito, o que de certa forma era de se esperar, afinal os times estão ficando cada vez mais eficientes em revolver de maneira exemplar os desafios propostos e para que não se perca a competitividade existente no evento é preciso sempre aprimorar os desafios, mas ao mesmo tempo torná-los possíveis de serem resolvidos mesmo pelas equipes iniciantes (mesmo que não em sua total plenitude). O jogo deste ano requer que os robôs empilhem caixas(caixas semelhantes ás caixas em que os kits de cada temporada costumam ser entregues) e acima das caixas coloquem latas de lixo(quanto mais alto melhor) e dentro (ou acima) delas colocar “espaghetti” de piscina.

O maior desafio do jogo
A primeira vista pode parecer que o jogo não é tão complexo, mas um olhar mais atento pode trazer a tona algumas questões que podem fazer toda a diferença entre um robô bom e um robô sólido e consistente. Os formatos de cada elemento do jogo são diferentes entre si, a caixa seria equivalente a um paralelepípedo, a lata de lixo a um cilindro e o espaghetti também a um cilindro, porém mais maleável e cumprido. Existem estratégias estruturais que podem parecer eficientes para pelo menos dois destes elementos, como uma empilhadeira, porém no calor da competição estes elementos podem estar em posições muito variadas, caídos no chão, de lado, empilhados de forma incorreta, entre outras variações que só conheceremos durante as regionais e que até o último instante da final do FIRST Championship ainda podem nos surpreender. Pensando nisso, o desafio começa a ficar mais complexo, pois desenvolver um mecanismo que consiga pegar o mesmo objeto em diveras posições requer bastante estudo. Até o ponto em que percebe-se facilmente que existem algumas diferentes estruturas que conseguem pegar cada elemento com bastante versatilidade de posições, todavia ao pensar nisso percebe-se que a primeira ideia que vem na cabeça é logo impossível, já que acoplar três estruturas, ou até mesmo duas, sendo cada um dedicada a um elemento do jogo seria uma tarefa ardilosa e possivelmente pouco eficiente. O maior desafio deste jogo logo de cara, é desenvolver alguma estrutura que consiga de maneira plena pegar os diferentes objetos em diferentes posições e altura, além é claro da precisão necessária para colocar o espaghetti dentro da lata de lixo. Um dos problemas deste desafio é que ele não deixa bem claro o quão complexo é resolver cada um dos objetivos. Muitas equipes tentarão pensar em como colocar o espathetti dentro da lata de lixo e para isso parece interessante a ideia de usar uma câmera que consiga ver o buraco no centro da lata e posicionar ali o outro objeto, todavia, quantos times estão preparados e seguros para usar uma câmera para uma tarefa como essa ? Eu acredito que não muitos e usar uma câmera para esta tarefa pode parecer seguro, mas a análise digital de uma imagem nem sempre é uma tarefa simples. Até hoje a FIRST se usou muito do recurso de cores e luzes para durante a partida um robô fosse capaz de analisar variáveis e melhorar a eficiência que os seus pilotos poderiam ter, mas no caso deste elemento que repito, pode estar em diversas posições, usar uma câmera pode ser algo ainda mais complexo do que normalmente já é. Uma equipe astuta irá conseguir achar uma maneira mais criativa, prática e confiável de fazer o mesmo trabalho, principalmente se aproveitando da simetria dos elementos o jogo, isso é um ponto chave.

Pontos Chave do Jogo.
Esse jogo espera mais do que nunca que os robôs consigam ser complementares. Enquanto que principalmente nos EUA o número de equipes é muito grande e ter contato e proximidade com outros times é algo bem comum, no Brasil isso já não é tão comum, uma vez que em nosso vasto país ainda não temos tantas equipes. É de se esperar que algumas equipes trabalhem em designs em conjunto para que o trabalho na arena fique bem dividido e mais eficiente, trabalho em equipe é um ponto chave. Mas para equipes que não estão desenvolvendo algo em conjunto, que seria  a maioria, pensar no outro vai ser fundamental. Uma forma de ver isso é pensar em um robô que pode ter diferentes tarefas em diferentes partidas. Haverão robôs que serão capazes de colocar caixas apenas até uma certa altura, alguns outros que terão destaque por serem capazes de posicionar elementos mais altos ou outros ainda que chamarão a atenção por colocarem sem problemas os espaghetis nas latas. Um robô campeão é um robô que consegue ser versátil e fazer o que for melhor para o time.

Possível surpresa
Alguns jogos de outras temporadas do FRC me chamaram a atenção por terem robôs com estratégias que não pareciam ter sido imaginadas pelos criadores do jogo, como em Breakaway onde alguns robôs ficavam parados durante a partida toda, mas pontuavam muito bem. Neste jogo eu não acredito que algo drástico assim vá acontecer, porém a FIRST já viu que as equipes são muito boas em lançar coisas (vide principalmente o último desafio e os desafios de 2006, 2012, 2013, entre outros), por mais que a regra explicite que um robô não pode cruzar o meio da arena, nada impede que o mesmo lance algum elemento para o outro lado da arena afim de prejudicar a pontuação do robô adversário, embora a ideia de desenvolver um mecanismo desse apenas para uma estratégia incomum e pelo que eu imagino, facilmente de ser impedida, nunca se sabe o que os times pelo mundo irão inventar e é aí que está a magia do FRC que eu tanto amo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

[Let it Snow] Por que eu gosto do Natal ?



Comecei a me fazer essa pergunta faz exatamente um ano.  Eu passei por várias fases na minha vida a respeito do Natal, mas quando tento chegar a uma conclusão, eu sempre concordo que no fundo eu sempre gostei do natal e talvez justamente o fato de ele não ser como eu esperava que fosse é que me entristecia e me fazia não gostar de algum natal específic o, como em um ano em que minha mãe fez um esforço descomunal para comprar presentes para todo mundo que fosse estar em um jantar familiar (por incrível que pareça, esses jantares com parentes são algo que estragam meu natal), e os meus parentes deram algo como umas frutas e duas toalhas em retribuição. Não sei dizer também o que motivava a minha mãe ano após ano comprar aqueles vários presentes, afinal tem um fato bem interessante que talvez seja uma das maiores incoerências sobre eu gostar tanto desta data: minha religião e minha família nem sequer comemoram o natal. O dia é mais como um feriado em que todo mundo consegue se reunir do que realmente a celebração de alguma coisa. Não que minha mãe ou eu déssemos presentes para as pessoas esperando algo em troca, é só que ficava um pouco descarada a diferença do comprometimento com a data entre minha mãe e o restante da família (que incluia pessoas que celebravam sim o natal e portanto eu imaginava que estariam mais envolvidos com as tradições mais simples).  Outra coisa que parece um pouco incoerente quanto a eu gostar tanto do feriado é que as associações que eu tenho ao natal que me trazem uma sensação boa de conforto são completamente fora da minha realidade; tem um livro de contos que eu li no natal passado e neste e pretendo ler todo o natal (cá estou eu já criando uma tradição natalina) chamado “Let it Snow” ou “Deixe a Neve Cair”, são três contos que se interligam e se passam na véspera de natal quando uma nevasca atinge uma cidade e a vida de algumas pessoas muda com aventuras inusitadas, eu simplesmente adoro esse livro, só de imaginar aquela neve toda, as pessoas morrendo de frio parando em um starbucks local e olhando pra toda aquela neve caindo, pensando nos presentes que vai dar e receber, tudo isso me deixa em um estado de espírito muito bom, principalmente a ideia de que coisas incríveis possam acontecer no natal, não como um “milagre de natal”, mas apenas como uma coincidência capaz de tornar esse dia ainda mais interessante e memorável; todavia o Brasil não tem neve, o nosso natal é quente e chuvoso e o nosso costume natalino mais comum seria ir a praia depois do natal. Eu adoro frio, não sou tão fã de praia e detesto calor, é como se minha mente tivesse pego gostos por um lugar em que não habito. Nestes contos outra coisa predomina: o amor. Eu sou uma pessoa fascinada pelo amor e pelo romance, focando mais no amor, eu sinto como se essa data fosse o momento em que as pessoas são sinceras sobre como se sentem em relação a si mesmo e as outras, não só por gestos românticos, mas por gestos de puro afeto e se deixam levar mais pelas emoções, é uma data de oportunidade de crescimento pra mim.
Por mais que pareça racional este pensamento, no fundo o importante é que eu me emociono demais com algumas músicas que me lembram o natal, quando eu acordo de manha no dia 24 ou dia 25 e consigo sentir um pouco de frio a ponto de ter que colocar uma blusa leve para sair, aquilo é como um natal perfeito (pelo menos dentro da medida do possível que o país tropical pode me proporcionar). Por mais que esses sentimentos que descrevi agora estejam diretamente ligados a tradição mais convencional e comercializada do natal (frio, amor , histórias natalinas, tradições natalinas), algumas outras coisas tão “óbvias” quanto as anteriores não fazem parte do meu desejo pessoal de natal. Eu adoro dar presentes ás pessoas, não como uma obrigação é mais como “seguir um impulso”, eu vejo algo que eu acho que deixaria algum amigo(a) especialmente contente e que teria efetivamente algum valor para a nossa relação e compro, não importa a época do ano; embora especialmente neste natal presenteei uma amiga com o livro que citei previamente como uma tentativa de ajudá-la a gostar mais do natal como ele dizia que costumava gostar. A ideia de me sentir obrigado não me agrada tanto talvez pela sensação de falta de apreço pelo esforço da minha mãe que eu sentia vinda dos meus parentes. Não gosto tanto da ideia do Papai Noel, sempre achei um pouco desnecessário aquele velinho, todavia acho fantásticas as ações de alguns Papai Noeis por aí que aproveitam a data e da fantasia do personagem para promover ações sociais a pessoas carentes nesse época. Por fim, aproximar a família é algo realmente relativo, no caso da minha família, é importante para mim que no natal eu consiga ver meus pais e irmãos e possa dar um abraço nos meus gatos e cachorros, só. Essa coisa de ter que ver a família toda,e tc eu acho que não é algo obrigatório e no caso especialmente do meu natal, é altamente abominável para ter um natal bem feliz, mas não tenho problemas em adicionar pessoas a lista, desde que não seja por obrigação e seja por afeto.
Elegi algumas teorias a respeito do meu gosto tão intenso sobre o natal. É possível que eu tenha alguma memória antiga muito boa sobre essa data que foi levada ao redor dos anos e hoje tomou outras formas e forças quando eu nem me lembro conscientemente, de maneira que eu quase que obrigo meu cérebro a criar um ambiente, humor, pensamentos que tornem esse dia melhor, capaz que pudesse ter sido qualquer data, mas o acaso fez com que justamente no natal isso ocorresse. Outra teoria seria a de que eu sou apenas uma espécie de fruto da mídia que parece quase obrigar todo mundo a gostar do Natal, porém com algumas mudanças que o contexto me trouxe. O que provavelmente acontece é uma mistura das duas teorias.
Impossível não comentar sobre como seria o meu natal ideal. O meu natal ideal seria em um local onde várias pessoas também gostassem de tradições natalinas para que eu pudesse ter um grupo para me “iniciar” nelas. Ouvir um coral de natal pela parte da manhã ou na véspera do natal. Neve, muita neve, neve até eu cansar de ver neve e querer ver prais tropicais. Um jantar com a família e pessoas próximas que eu quisesse conversar e passar um tempo junto e uma caminhada pela rua desejando feliz natal para quem viesse, mesmo que eu religiosamente não fizesse algo a respeito. Nunca cheguei tão perto de um natal ideal como o desse ano. Não está um sol de rachar o crânio, não serei obrigado a ver ninguém que eu não queira, tem um cachorro adorável no meu pé enquanto escrevo esse texto, li os contos de natal que eu tanto gosto, ouvi as músicas que me lembram o natal que eu tanto gosto, recebi um presente, dei um presente e visto todo o estresse que passei na faculdade esse ano letivo que nem sequer acabou, eu estou bem relaxado e consegui enfim escrever algo, além é claro do afeto de amigos que fisicamente estão distantes.

Acho que é chegada a hora de efetivamente responder a pergunta que está no título do texto, por mais clichê que soe. Eu gosto do natal pelo simples fato de que meu cérebro resolve ficar mais contente no natal, eu adoro frio e o natal pra mim representa o frio, eu adoro dar presentes as pessoas em diferentes época e o natal impreterivelmente representa presentes e eu sou fascinado pelo amor e romance, não tem como negar que no natal muitas pessoas ficam mais abertas ao afeto e isso também me anima. Por mais incoerente que isso tudo soe, por mais que eu tivesse todos os motivos do mundo pra não dar a mínima pro natal, mas se tem uma coisa que eu aprendi após tanto Natais é confiar no que eu sinto. Eu curto olhar a decoração, eu curto imaginar um natal com frio, eu curto comer tender, eu curto Natal e ponto final. Obrigado por fazer parte dele.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

[E-Book] The storm is comming.




Será que agora eu consigo ir até o fim ? Será que existe um fim ? O que é um fim ?



Eu não entendi exatamente o que estava acontecendo, de repente era como se eu tivesse acordado de um sonho muito longo, daqueles que a gente esquece que existe uma realidade fora do sonho. Silver estava me levando para a realidade, mas será que eu queria me encontrar dinovo com essa realidade ? Tudo que eu sabia era que eu tinha que ver Joshua dinovo e algo na fala de Silver me dava a entender que eu não teria muitas oportunidades daqui pra frente. Eu descobri mais pra frente que eu teria na verdade mais oportunidades do que eu gostaria de ter. Eu não fazia a menor ideia se o vestido era bonito ou não, mas tocando ele dava para perceber que ele tinha muitos detalhes, principalmente na base dele.
            - É um vestido vermelho, tem um decote não muito exagerado, a manga dele é bastante longa, existem alguns detalhes na base dele que eu não sei explicar bem, mas enfim. Ele é muito bonito, é o mínimo que você merece – Me explicou Silur – Aposto que Joshua vai gostar de ve-la... Se bem que ele ia gostar de você até se você fosse com uma camiseta da Vans para a formatura.
            - Então eu realmente vou vê-lo ?
            - Definitivamente! Eu estou colocando metade da minha vida em risco por isso!
            - Metade ? E a outra metade?
            - A outra metade minha cara, eu já perdi faz tempo.
Silur me indicou o vestido, me guiou por um tempo e depois me deu privacidade para que eu me trocasse. Conforme os minutos se passavam mais eu me dava conta do quão absurdo era eu ter passado tanto tempo sem me questionar sobre o que exatamente aconteceu comigo. Mas será que as pessoas não fazem isso o tempo todo ? Sinto como se o mundo estivesse o tempo todo mudando, para pior, e ninguém percebesse até que algum ente querido morresse  ou todo mundo saísse andando na rua gritando. O problema é que ás vezes a gente também voltava a ficar cegos quando algum ente querido morria ou pessoas fossem as ruas andar e gritar. Ficar cega me fez entender muitas coisas,eu achava que eu não tinha pensado, mas acho que por um longo tempo, tão longo que pareceu tanto um ano quanto um segundo; eu pensei em tudo que eu tinha visto enquanto eu podia, em tudo que eu ouvi, tudo que passei. Não consegui entender porque eu estava naquela situação e enquanto eu me trocava tudo fazia ainda mais sentido, era como bater em um cachorro e logo depois dar um biscoito para ele. Era tudo muito emocionalmente estressante para mim, mesmo com os 2 anos de diferença, nestes anos eu recebia minhas refeições todo dia e por mais que no começo eu quisesse mais morrer achava que nem em casa mais estivesse acabei decidindo viver enquanto fosse possível, algo me dizia que quanto mais eu vivesse mais eu aprenderia e mais eu poderia entender sobre o que era todo o mistério que a minha vida tinha e que eu não conseguia sequer identificar bem até ficar cega. Eu sabia alguns fatos que apenas me davam caminhos para trilhar, dúvidas, questionamentos; o primeiro era que o meu pai tinha um grande segredo que me envolvia e que ele nunca teve coragem de me contar. Antes eu diria apenas: “ele nunca quis me contar”, mas hoje observo que o que lhe faltou foi coragem e se eu ainda tivesse qualquer esperança de que meu pai não soubesse e tudo isso tivesse sido fora do consentimento dele eu poderia dizer  “ele tinha medo porque não havia nada que ele pudesse fazer”, mas eu sei que esse não foi o caso, era como se eu fosse um objeto que ele gostasse, mas que precisava ser quebrado para que outros objetos ou um objeto maior pudesse cumprir seu papel. Tudo na minha mente era metafórico, eu não sabia de nada que realmente pudesse ter acontecido, era tudo especulação e o que eu mais queria era tirar tudo a limpo com Silur, mas um nome me impedia de raciocinar direito afinal eu só queria sair correndo para os braços de Joshua. E se ele não gostasse mais de mim ? E se tudo isso fosse um truque ? E se Silur não fosse nada mais do que mais um fantoche de alguma coisa maior feita para me iludir e levar ao meu derradeiro fim ? Bom, se tinha uma coisa que eu me preparei todos os dias para quando viesse havia sido a morte. Que eu fosse bem vestida então, foi quando eu terminei de me vestir e chamei Silur. Ele disse:
            - Só tem apenas umas coisa que eu preciso te falar antes de irmos. – Imaginei que neste momento ele daria a brecha que me faria ter certeza de que eu não ficaria viva por muito mais tempo.
            - Pode falar.
            - O Joshua está sendo procurado pelas mesmas pessoas que fizeram isso em você, então é melhor você ser bem discreta, viu ? – O que ele disse foi bem diferente do que eu estava esperando.
            - E eles não vão estar me procurando também ?
            - Para todos os efeitos, você já está morta.
            - Por que ?
            - Porque por mais incrível que pareça você só está aqui, assim, graças a mim e algumas pessoas aleatórias que são importantes, mas que nunca são comentadas. -  A cada minuto Silur dava um turbilhão de informações que eu não sabia como lidar. O que afinal tinha acontecido eu não sabia muito bem, porém eu ia descobrir.
            - Já chega !
            - O que houve... ?
            - Conte tudo, toda a verdade. AGORA.
            - Eu contaria toda a verdade se eu soubesse toda a verdade, mas por ora posso te contar boa parte dela e principalmente as partes que lhe interessam. Eu posso te prometer que isso não vai demorar muito.
            O que Silur me contou foi sobre uma organização muito grande, maior que o nosso governo (mas não a única maior que o nosso governo), que tinha um propósito bem claro, definido logo em sua criação: melhorar o mundo. Falando assim eles parecem pessoas muito boazinhas, porém o grupo era formado por um bando de intelectuais radicais que acreditavam que apenas com violência, destruição e guerra o mundo poderia ser mudado. A questão era que como em matéria de guerra não havia país mais desenvolvido que os EUA, o projeto em si soava como uma grande perda de tempo e era exatamente isso que eles queriam. Eles estavam desenvolvendo uma arma de destruição em massa contínua. Não era uma bomba atômica, nem um robô gigante ou algo assim. Entretando, nem Silur sabia exatamente o que era, tudo que ele sabia eram informações fragmentadas, o que se sabia era que o alicerce do projeto todo eram crianças, aparentemente eu e o Joshua pelo que Silur sabia. Nós dois não poderíamos ficar juntos sob hipótese alguma. É aí que as coisas começaram a dar errado. Silur que trabalhava como um peão para a organização identificou um elo fraco do sistema: meu pai. Meu pai foi escolhido para gerar uma das crianças devido a varios traços genéticos importantes para o sucesso da operação, todavia ele nunca havia ficado completamente contente com esta decisão e durante anos Silur que entrara no projeto como a pessoa mais inteligente dele, foi ficando cada vez mais próximo de meu pai. Apenas poucas pessoas sabiam a identidade de Joshua e minha e Silur não era para ser uma das pessoas, mas era. Ele “movimentou pauzinhos” e fez com que eu e Joshua ficássemos próximos. Nem ele sabia que tipo de consequências isso poderia ter, mas ele tinha um objetivo bem claro: atrapalhar a concretização do projeto, para ele tudo aquilo era errado e só algo de dentro poderia parar o desastre que eles estavam prestes a causar. É bom deixar claro que não estou aqui para defender todas as ações de Silur, por mais que neste ponto elas possam estar me ajudando , ele mesmo se definiu em uma certa época como alguém que apenas queria “ver o circo pegar fogo” porque isso parecia melhor do que deixar as coisas como estavam. Quando ele não conseguiu mais esconder que estávamos não só na mesma escola, mas também namorando, os líderes do projeto resolveram que era a hora de me matar e tentar concluir o projeto daqui a alguns anos. Entretanto foi também nesta hora que Silur foi descoberto e ficou impossível obter mais informações que isso. Quando tentaram me matar, Silur apareceu e antes que terminassem o trabalho ele conseguiu matar o grupo e me manteve na casa cuidando de mim de uma maneira que para todo o mundo eu parecesse morta. Por último, tinha uma informação que não se encaixava em nada, mas que aparentemente era muito importante: uma grande chuva estava chegando.

            - Podemos ir agora ? Joshua já está esperando.

sábado, 13 de julho de 2013

[Time2Think] Desde os 15 anos e até muito mais.

Quando eu fiz 15 anos eu estava na oitava série e meu colégio estava praticamente falindo, as matérias eram dadas de maneira muito ruim, os professores estavam desmotivados e pela primeira vez eu havia me desmotivado com a escola. Dado este contexto eu e a minha mãe decidimos escolher um novo colégio, coisa que eu não fazia desde a segunda série e eu nem me lembrava como que a escolha foi feita. A princípio eu queria muito fazer uma escola técnica do estado e cursar um técnico em informática, porém eu não consegui passar na prova e tive que escolher alguma escola particular que tivesse um preço ao nosso alcance e foi assim que eu conheci o Colégio Gênese, um colégio pequeno , mas que me chamou muito a atenção principalmente porque ele tinha uma equipe de robótica, algo que eu nunca tinha visto de perto. Robótica era uma daquelas coisas que eu achava legal, mas que não corria atrás de conhecer mais a fundo ou coisa assim, porém quando eu conheci a equipe na minha primeira semana de aula eu adorei aquilo, entrei e nunca mais saí. Foi assim que eu comecei a minha história com robótica e com o time Genese Team #2236. Nós participávamos da competição First Robotics Competition; a cada ano o desafio da competição mudava e era necessário desenvolver um robo diferente. Logo em nossa primeira competição nós conseguimos o prêmio de “Rookie Seed Award” que era um prêmio pela melhor colocação no evento de uma equipe iniciante, ficamos em 3 lugar no placar geral, atrás apenas de equipes que tinham pelo menos uns 5 anos de experiência, eu sinceramente não sei até hoje como chegamos tão longe logo de cara. Aquela equipe era uma equipe muito legal, alguns daqueles membros são até meus melhores amigos, foi graças a equipe que o colegial pode ser tão bom quanto foi, porém algumas coisas me “travavm muito”, por exemplo, um fato que aconteceu no dia seguinte à competição ainda no hotel: estávamos todos tomando café e a diretora da escola e mentora da equipe começou a falar o que cada um de nós havia feito de bom e útil da equipe que ela estava parabenizando e ela se lembrou de todos na equipe, até pessoas que nem estavam mais ali porque haviam decidido voltar de avião, menos de mim. Ela simplesmente não falou nada que eu havia feito mesmo eu tentando todos os dias freneticamente ajudar, eu tentei usar meu inglês, eu organizava tudo, eu planejava estratégias, ajudava a montar/desmontar o robô, era curioso o suficiente para tentar entender tudo do robô, mas mesmo assim ela não se lembrou de mim. Todavia aquilo acabou me ajudando, eu fiquei a viagem de volta inteira pensando nisso (em 24 horas de viagem dá tempo de pensar em bastante coisa) e decidi que eu queria me especializar mais em alguma área e decidi que seria a programação porque eu já tinha lido um pouco à respeito na oitava série então seria fácil aprender mais e usar na robótica. Eu não guardei nenhum rancor por aquela situação, tanto que eu só decidi cursar engenharia mais tarde em um outro evento de robótica ainda com aquela equipe quando a diretora me perguntou “Silas, o que você pretende prestar no vestibular?” eu respondi “Provavelmente design de games” então ela disse “Você parece gostar muito de robótica, já pensou em engenharia?”, naquele dia eu comecei a perceber o quanto eu gostava daquilo e por causa disso decidi cursar engenharia (tirando a parte que esse maldito curso é difícil de entrar e pior ainda de sair, eu não me arrependo nem um pouco). Um dos problemas que eu tinha com esta equipe infelizmente era que eu não me sentia muito a vontade para sugerir ideias, opiniões ou ajudar em coisas mais efetivas que fossem mudar o curso das coisas, eu me sentia “anulado” mesmo que fosse por mim mesmo.


                                                                               

 Depois deste primeiro campeonato a equipe começou a ser reestruturada e começamos a competir na Vex Robotics Competition e os membros da equipe eram as pessoas mais próximas de mim e que estavam em sua maioria na minha sala, éramos agora o time Genese Team #7015.



Com esta equipe participamos de dois eventos, nos dois tivemos performances interessantes e chegamos até mesmo a nos classificarmos para o campeonato mundial, nesta época eu estava mais ciente do quanto eu gostava de robótica e sentia que estava ajudando mais, porém como parte do que a gente fazia vinha pronto e eu via pessoas com a minha idade fazendo coisas muito mais incríveis, sem contar que eu sentia que na nossa equipe faltava algo ainda, mas que eu não sabia explicar. Participamos também de competições de sumô; os desafios que estávamos acostumados tinham um nível de complexidade bem alto e uma competição de sumô a princípio não demonstrava muito desafio porém nunca conseguimos ir REALMENTE bem nas competições de sumô e levou anos para eu entender o porquê disso. Foi nessa época que despertei meu lado fã de robótica mais geral: filmes, livros, animês, fóruns, TUDO. Eu até mesmo escreve uma espécie de música sobre uma competição e mandei em um fórum americano da VRC onde vários americanos elogiaram.

O colegial acabou sem mais grandes conquistas e passei por uma fase meio desanimadora que foi o cursinho, porque durante essa época eu não participei de nenhuma equipe e fiquei apenas com a esperança de quando eu entrasse na faculdade eu fosse conseguir entrar em alguma equipe já existente com alunos brilhantes, competições desafiadores, etc, etc,etc. Enfim, passei no vestibular fiquei feliz da vida, cheguei na faculdade e a surpresa: não existia nenhuma equipe de robótica no campus inteiro. A princípio eu fiquei meio desanimado e pensei que meu “amor” por robótica fosse acabar e eu ia me acostumar com algum outro grupo de pesquisa ou coisa do tipo até que em uma reunião de uma extensão da engenharia elétrica eu preparei uma apresentação e sugeri algo bem inusitado para um bixo: eu ia tentar criar a minha equipe de robótica. No início isso foi BEM complicado, a gente começou do NADA, a gente nem sabia direito por onde começar, até que a gente decidiu focar campeonatos de sumô de robôs, engraçado né, antes eu achava tão banal sumô de robôs e levou anos para eu entender de verdade a complexidade que isso poderia ter. Dessa vez não tinha kit pronto, não havia manual de instruções e só está dando certo por um motivo: a equipe tem pessoas incríveis. Eu estou escrevendo este texto logo depois de uma competição que perdemos, porém foi a competição que conheci de verdade e confirmei pra valer o potencial de cada um da equipe, todos eles trabalharam de forma incrível e hoje nem dá pra acreditar que eu aprendi tanto já com estas pessoas. Hoje eu faço parte da equipe FEG-Robótica e analisando de maneira bem fria, analítica, realista, objetiva eu posso dizer com toda a certeza: está é a melhor equipe que eu já tive a oportunidade de fazer parte em toda a minha vida. FEG-Robótica, vocês são incríveis.




segunda-feira, 10 de junho de 2013

[Time2Think] Confissão






Não sou o tipo de cara que ganha muitas coisas, o tipo “vencedor nato”, aquele tipo que quando é bom em algo acaba se destacando em várias coisas de diferentes ramos que faz. Como uns jogadores profissionais de Squash que conheci que eram expendidos jogadores de xadrez também. Não não, eu não sou esse cara;  são poucas as coisas que eu me sobressaí como campeão, posso ter me sobressaído como algum tipo de líder de algo, um campeonato de 6 pessoas talvez num colégio onde ninguém praticava algum jogo ou em algum tema bem fechado e mesmo assim não tanto um destaque, mais como uma performance “sólida”. Eu sou o tipo de cara que toma bronca do chefe por incompetência, incapacidade, irresponsabilidade ou coisas do tipo que se demonstram de diferentes maneiras. Dos 3 empregos que tive, em dois deles eu já tomei broncas feias do tipo “quando te contratei esperava que fizesse algo bem diferente disso, mas pelo jeito isso não vai acontecer mesmo”, “eu posso até continuar te pagando, mas você não está demonstrando que está fazendo seu trabalho direito”, ou o que eu ouvi hoje “faz 8 meses que você está nisso e eu acho que você não fez absolutamente nada”. Sou do tipo que gosta de competir, mas nunca ganhou as competições favoritas, nem sequer é considerado um candidato real a vencedor. Sou do tipo que falta em algumas aulas por pura preguiça já que tem faltas sobrando, do tipo que não causa muito destaque em desempenho na universidade. Quando eu era menor era bem mais fácil, eu podia não ser na época(e não ser até hoje) a pessoas que se dá muito bem com o sexo oposto, fica com alguém, tem um namoro juvenil ou algo assim, eu sempre fui mais do tipo que gosta de umas meninas , mas elas não dão a menor bola; todavia eu me dava muito bem nos estudos, era um dos melhores da sala, não tem como mentir, as coisas eram mais fáceis e por mais que as pessoas tinham nomes como “cdf” que remetiam a estudar muito ou estudar o dia todo, eu nem estudava tanto assim eu simplesmente tinha facilidade na época, o que me ajudou muito com a minha auto estima mesmo sem eu perceber. Eu também me dava bem com inglês, porém tem um motivo para o inglês ser uma língua tão falada no mundo todo: ela é simples, o próprio português é mais difícil. Eu tive certo destaque ao escrever, meus professores elogiam e até hoje é algo que tenho orgulho , eu gosto muito de escrever e me sinto mais vivo escrevendo, é um hobby que me faz muito bem. Essa alcunha de “um dos melhores alunos da sala” não passou muito do colegial, logo no cursinho meus horizontes aumetaram e no começo foi estranho se sentir tão “burro”. Burro parece uma palavra forte, mas não é pois tudo é uma questão de referência, e é inevitável achar pessoas MUITO inteligentes no cursinho . Porém acima de tudo eu sou comum.
Definição: “Infinito não é necessariamente um número sem fim, um número absurdamente grande que não se pode nem imaginar, é simplesmente algo MUITO maior do que a referência que se tem, como por exemplo, ao se estudar física elétrica fala-se muito de elétrons e um plano infinito pode ser do tamanho de qualquer parede de sua casa
Durante boa parte da minha vida eu tentei me esforçar para ser alguém diferente,nomes como “nerd” “otaku” “gamer” “geek” tentavam definir alguém diferente e eu tentava me enquadrar em algum desses nomes, hoje em dia não ligo muito mais pra isso, quero apenas ser eu mesmo e fazer as coisas que eu gosto. Eu ainda sou cheio de sonhos que eu ainda não sei e talvez jamais saiba se irão ou não se concretizar. A questão é que é impossível ser alguém diferente e ao mesmo tempo é impossível ser alguém igual nesse mundo onde existe um número infinito de pessoas iguais e diferentes de cada um de nós, a não ser que eu seja alguém com uma doença que afetou apenas a mim, eu continuo sendo parte de um grande grupo e fora de outro enorme grupo. Mesmo pessoas como Mao Tsé Tung ou Hitler, havia pessoas muito parecidas com ele e não digo isso apenas sobre os seguidores deles, mas pessoas que teriam feito a mesma coisa que eles , mas que por uma série de coisas não chegaram lá pois havia apenas espaço para uma pessoas no cargo de “maior ditador chinês da história”, “maior assassino” ou algo assim.  

 Cara (eu uso “cara” para que isso literalmente pareça com alguma pessoas que você está prestes a conhecer melhor está na sua frente te dizendo isso, sendo leitor ou leitora, porque eu falo “cara” para garotas ás vezes também quando estou empolgado com algum assunto”),a maior bobagem que eu já tentei fazer em toda a minha vida e digo isso de boca cheia foi ser o absoluto campeão de algo na vida. Não que eu jamais vá conseguir realizar um sonho desses, mas é horrível ter isso em mente todo dia o tempo todo porque só foi me fazendo mal, a cada conquista que eu não alcançava eu pensava o quanto isso estava distante do que eu sou e como eu nunca chegaria ao sonho, só que é uma perda de tempo isso, só faz mal e não me ajudou em nada. É como um grande amigo meu chamado Gabriel Matiolli disse: “Você acha que o campeão mundial de xadrez um dia quando era criança disse que seria o melhor do mundo? Não , ele simplesmente foi jogando xadrez porque adorava e um dia ele foi crescendo, crescendo até chegar a campeão do mundo”.  O ponto interessantes sobre escrever esse texto é o fato de eu estar escrevendo tudo isso sem remorso, sem me sentir um lixo, sem ficar deprimido, sem ficar com vontade de me fechar pro mundo, mas sim escrevendo até mesmo de maneira animada, porque enfim me sinto assumindo que sou o que sou. Meu nome é Silas, meu nome é Silver, meu nome é 11183-3, meu nome é “filho”, meu nome é “amigo”, meu nome é “otário”, seja qual for meu nome, esse sou eu, uma pessoa comum que não é comum (duplipensamento), mas que simplesmente é isso: leva bronca, não ganha, ganha, é elogiado, faz bobagem, diz bobagem, ajuda, atrapalha”. Enfim eu consigo me assumir como um ser comum com defeitos e qualidade (por mais que pareça que eu tenha focado em defeitos aqui). Sou um jogador de League of Legends que recebe bronca dos parceiros, que dá bronca dos parceiros, que faz terapia, que escreve , que lê , que sofre, que chora, que vive. Prazer em conhece-lo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

[Time2Think] Devaneios sobre uma geração




Alguns dias atrás eu li um texto que falava um pouco sobre vantagens e desvantagens da atual geração de jovens entre 20 e 25 anos. O texto comentava o quanto era útil o fato desta geração ter crescido ao redor de tanta tecnologia, a facilidade que os jovens dessa idade tem de lidar com novidades tecnológicas, computadores, tablets, etc. Porém de acordo com Eliane Brum, os jovens em contrapartida tem um grande problema quanto ao fracasso, a dor, a tristeza. Essa geração em geral não foi “criada pela dor” e sendo assim acredita que na escola, no trabalho , nas relações , as coisas vão se desenrolar como em casa. A casa do jovem de hoje em dia, e eu posso dizer isso como opinião e experiência pessoal, por mais simples que seja, por maior que seja o número de broncas, brigas, tem uma vida muito mais confortável e amigável do que a casa que os nossos pais tiveram. Ao esperar um tratamento igual ao que se tem em casa, na vida, o jovem se decepciona e não consegue lidar com o constante fracasso ou tristeza.


Falando assim, até parece que não me incluo nesse grupo, mas eu me incluo sim. Ao ler o texto eu poderia ter reagido com negação, poderia ter me sentido ainda mais triste, ou simplesmente ter tentado aprener com o que a autora dizia, mas preferi simplesmente ler. Tem alguns fatos que eu simplesmente não acredito que podem ter alguma reação muito grande, eu já fui criado como fui e já aprendi que a vida não vai ser tão simples, resta continuar tentando lidar com ela e principalmente: aceitá-la. O texto foi importante para abrir uma nova linha de pensamento na minha cabeça e gerar uma reflexão proveitosa, além é claro de um assunto qualquer para uma mesa de bar entediada (com as pessoas certas, pra não soar como alguma nerdisse qualquer). Ler um texto como esse a princípio magoa um pouco quando se enquadra com você mesmo, mas  isso é simplesmente mais uma dessas coisas da vida que acontecem e a gente tem que lidar sem se abalar demais.

A minha faculdade e mais especificamente meu curso é conhecido por ter professores muito rudes, alguns sem dedica alguma, outros que parece que se esforçam , mas não saem muito do lugar e acabam dando provas não muito condizentes com a matéria ensinada. Um dia um desses professores , após corrigir uma prova, e disse algo do tipo: “Eu nem sei mais o que você vem fazer aqui. Será que você quer mesmo ser engenheiro? Por que eu acho que você devia mudar de ideia”, teve um outro que disse a uma aluna após a mesma fazer uma pergunta: “Você é muito burra! Eu nem vou responder isso, será que você realmente quer ser engenheira? Porque você é burra demais! Pra que tentar? É como alguém na cadeira de rodas tentando escalar uma montanha! Se você não consegue, nem tenta!”. Esse é exatamente o tipo de coisa que não se espera ouvir em uma sala de aula, mas é o tipo de coisa que se ouve e hoje em dia não se choca mais tanto com isso quanto antes. Os alunos vão entendendo com isso que a vida não é realmente fácil e que por aí vem coisa pior. A vida ainda não está perdida, nenhuma geração só tem defeitos e nenhum defeito é tão prejudicial a ponto de tornar uma geração muito pior do que a outra, isso é pelo menos o que eu acho, olha que em geral o que eu acho é sempre algo triste