Think!

This may make you think. It only depends on how big is your world.

sábado, 13 de julho de 2013

[Time2Think] Desde os 15 anos e até muito mais.

Quando eu fiz 15 anos eu estava na oitava série e meu colégio estava praticamente falindo, as matérias eram dadas de maneira muito ruim, os professores estavam desmotivados e pela primeira vez eu havia me desmotivado com a escola. Dado este contexto eu e a minha mãe decidimos escolher um novo colégio, coisa que eu não fazia desde a segunda série e eu nem me lembrava como que a escolha foi feita. A princípio eu queria muito fazer uma escola técnica do estado e cursar um técnico em informática, porém eu não consegui passar na prova e tive que escolher alguma escola particular que tivesse um preço ao nosso alcance e foi assim que eu conheci o Colégio Gênese, um colégio pequeno , mas que me chamou muito a atenção principalmente porque ele tinha uma equipe de robótica, algo que eu nunca tinha visto de perto. Robótica era uma daquelas coisas que eu achava legal, mas que não corria atrás de conhecer mais a fundo ou coisa assim, porém quando eu conheci a equipe na minha primeira semana de aula eu adorei aquilo, entrei e nunca mais saí. Foi assim que eu comecei a minha história com robótica e com o time Genese Team #2236. Nós participávamos da competição First Robotics Competition; a cada ano o desafio da competição mudava e era necessário desenvolver um robo diferente. Logo em nossa primeira competição nós conseguimos o prêmio de “Rookie Seed Award” que era um prêmio pela melhor colocação no evento de uma equipe iniciante, ficamos em 3 lugar no placar geral, atrás apenas de equipes que tinham pelo menos uns 5 anos de experiência, eu sinceramente não sei até hoje como chegamos tão longe logo de cara. Aquela equipe era uma equipe muito legal, alguns daqueles membros são até meus melhores amigos, foi graças a equipe que o colegial pode ser tão bom quanto foi, porém algumas coisas me “travavm muito”, por exemplo, um fato que aconteceu no dia seguinte à competição ainda no hotel: estávamos todos tomando café e a diretora da escola e mentora da equipe começou a falar o que cada um de nós havia feito de bom e útil da equipe que ela estava parabenizando e ela se lembrou de todos na equipe, até pessoas que nem estavam mais ali porque haviam decidido voltar de avião, menos de mim. Ela simplesmente não falou nada que eu havia feito mesmo eu tentando todos os dias freneticamente ajudar, eu tentei usar meu inglês, eu organizava tudo, eu planejava estratégias, ajudava a montar/desmontar o robô, era curioso o suficiente para tentar entender tudo do robô, mas mesmo assim ela não se lembrou de mim. Todavia aquilo acabou me ajudando, eu fiquei a viagem de volta inteira pensando nisso (em 24 horas de viagem dá tempo de pensar em bastante coisa) e decidi que eu queria me especializar mais em alguma área e decidi que seria a programação porque eu já tinha lido um pouco à respeito na oitava série então seria fácil aprender mais e usar na robótica. Eu não guardei nenhum rancor por aquela situação, tanto que eu só decidi cursar engenharia mais tarde em um outro evento de robótica ainda com aquela equipe quando a diretora me perguntou “Silas, o que você pretende prestar no vestibular?” eu respondi “Provavelmente design de games” então ela disse “Você parece gostar muito de robótica, já pensou em engenharia?”, naquele dia eu comecei a perceber o quanto eu gostava daquilo e por causa disso decidi cursar engenharia (tirando a parte que esse maldito curso é difícil de entrar e pior ainda de sair, eu não me arrependo nem um pouco). Um dos problemas que eu tinha com esta equipe infelizmente era que eu não me sentia muito a vontade para sugerir ideias, opiniões ou ajudar em coisas mais efetivas que fossem mudar o curso das coisas, eu me sentia “anulado” mesmo que fosse por mim mesmo.


                                                                               

 Depois deste primeiro campeonato a equipe começou a ser reestruturada e começamos a competir na Vex Robotics Competition e os membros da equipe eram as pessoas mais próximas de mim e que estavam em sua maioria na minha sala, éramos agora o time Genese Team #7015.



Com esta equipe participamos de dois eventos, nos dois tivemos performances interessantes e chegamos até mesmo a nos classificarmos para o campeonato mundial, nesta época eu estava mais ciente do quanto eu gostava de robótica e sentia que estava ajudando mais, porém como parte do que a gente fazia vinha pronto e eu via pessoas com a minha idade fazendo coisas muito mais incríveis, sem contar que eu sentia que na nossa equipe faltava algo ainda, mas que eu não sabia explicar. Participamos também de competições de sumô; os desafios que estávamos acostumados tinham um nível de complexidade bem alto e uma competição de sumô a princípio não demonstrava muito desafio porém nunca conseguimos ir REALMENTE bem nas competições de sumô e levou anos para eu entender o porquê disso. Foi nessa época que despertei meu lado fã de robótica mais geral: filmes, livros, animês, fóruns, TUDO. Eu até mesmo escreve uma espécie de música sobre uma competição e mandei em um fórum americano da VRC onde vários americanos elogiaram.

O colegial acabou sem mais grandes conquistas e passei por uma fase meio desanimadora que foi o cursinho, porque durante essa época eu não participei de nenhuma equipe e fiquei apenas com a esperança de quando eu entrasse na faculdade eu fosse conseguir entrar em alguma equipe já existente com alunos brilhantes, competições desafiadores, etc, etc,etc. Enfim, passei no vestibular fiquei feliz da vida, cheguei na faculdade e a surpresa: não existia nenhuma equipe de robótica no campus inteiro. A princípio eu fiquei meio desanimado e pensei que meu “amor” por robótica fosse acabar e eu ia me acostumar com algum outro grupo de pesquisa ou coisa do tipo até que em uma reunião de uma extensão da engenharia elétrica eu preparei uma apresentação e sugeri algo bem inusitado para um bixo: eu ia tentar criar a minha equipe de robótica. No início isso foi BEM complicado, a gente começou do NADA, a gente nem sabia direito por onde começar, até que a gente decidiu focar campeonatos de sumô de robôs, engraçado né, antes eu achava tão banal sumô de robôs e levou anos para eu entender de verdade a complexidade que isso poderia ter. Dessa vez não tinha kit pronto, não havia manual de instruções e só está dando certo por um motivo: a equipe tem pessoas incríveis. Eu estou escrevendo este texto logo depois de uma competição que perdemos, porém foi a competição que conheci de verdade e confirmei pra valer o potencial de cada um da equipe, todos eles trabalharam de forma incrível e hoje nem dá pra acreditar que eu aprendi tanto já com estas pessoas. Hoje eu faço parte da equipe FEG-Robótica e analisando de maneira bem fria, analítica, realista, objetiva eu posso dizer com toda a certeza: está é a melhor equipe que eu já tive a oportunidade de fazer parte em toda a minha vida. FEG-Robótica, vocês são incríveis.




segunda-feira, 10 de junho de 2013

[Time2Think] Confissão






Não sou o tipo de cara que ganha muitas coisas, o tipo “vencedor nato”, aquele tipo que quando é bom em algo acaba se destacando em várias coisas de diferentes ramos que faz. Como uns jogadores profissionais de Squash que conheci que eram expendidos jogadores de xadrez também. Não não, eu não sou esse cara;  são poucas as coisas que eu me sobressaí como campeão, posso ter me sobressaído como algum tipo de líder de algo, um campeonato de 6 pessoas talvez num colégio onde ninguém praticava algum jogo ou em algum tema bem fechado e mesmo assim não tanto um destaque, mais como uma performance “sólida”. Eu sou o tipo de cara que toma bronca do chefe por incompetência, incapacidade, irresponsabilidade ou coisas do tipo que se demonstram de diferentes maneiras. Dos 3 empregos que tive, em dois deles eu já tomei broncas feias do tipo “quando te contratei esperava que fizesse algo bem diferente disso, mas pelo jeito isso não vai acontecer mesmo”, “eu posso até continuar te pagando, mas você não está demonstrando que está fazendo seu trabalho direito”, ou o que eu ouvi hoje “faz 8 meses que você está nisso e eu acho que você não fez absolutamente nada”. Sou do tipo que gosta de competir, mas nunca ganhou as competições favoritas, nem sequer é considerado um candidato real a vencedor. Sou do tipo que falta em algumas aulas por pura preguiça já que tem faltas sobrando, do tipo que não causa muito destaque em desempenho na universidade. Quando eu era menor era bem mais fácil, eu podia não ser na época(e não ser até hoje) a pessoas que se dá muito bem com o sexo oposto, fica com alguém, tem um namoro juvenil ou algo assim, eu sempre fui mais do tipo que gosta de umas meninas , mas elas não dão a menor bola; todavia eu me dava muito bem nos estudos, era um dos melhores da sala, não tem como mentir, as coisas eram mais fáceis e por mais que as pessoas tinham nomes como “cdf” que remetiam a estudar muito ou estudar o dia todo, eu nem estudava tanto assim eu simplesmente tinha facilidade na época, o que me ajudou muito com a minha auto estima mesmo sem eu perceber. Eu também me dava bem com inglês, porém tem um motivo para o inglês ser uma língua tão falada no mundo todo: ela é simples, o próprio português é mais difícil. Eu tive certo destaque ao escrever, meus professores elogiam e até hoje é algo que tenho orgulho , eu gosto muito de escrever e me sinto mais vivo escrevendo, é um hobby que me faz muito bem. Essa alcunha de “um dos melhores alunos da sala” não passou muito do colegial, logo no cursinho meus horizontes aumetaram e no começo foi estranho se sentir tão “burro”. Burro parece uma palavra forte, mas não é pois tudo é uma questão de referência, e é inevitável achar pessoas MUITO inteligentes no cursinho . Porém acima de tudo eu sou comum.
Definição: “Infinito não é necessariamente um número sem fim, um número absurdamente grande que não se pode nem imaginar, é simplesmente algo MUITO maior do que a referência que se tem, como por exemplo, ao se estudar física elétrica fala-se muito de elétrons e um plano infinito pode ser do tamanho de qualquer parede de sua casa
Durante boa parte da minha vida eu tentei me esforçar para ser alguém diferente,nomes como “nerd” “otaku” “gamer” “geek” tentavam definir alguém diferente e eu tentava me enquadrar em algum desses nomes, hoje em dia não ligo muito mais pra isso, quero apenas ser eu mesmo e fazer as coisas que eu gosto. Eu ainda sou cheio de sonhos que eu ainda não sei e talvez jamais saiba se irão ou não se concretizar. A questão é que é impossível ser alguém diferente e ao mesmo tempo é impossível ser alguém igual nesse mundo onde existe um número infinito de pessoas iguais e diferentes de cada um de nós, a não ser que eu seja alguém com uma doença que afetou apenas a mim, eu continuo sendo parte de um grande grupo e fora de outro enorme grupo. Mesmo pessoas como Mao Tsé Tung ou Hitler, havia pessoas muito parecidas com ele e não digo isso apenas sobre os seguidores deles, mas pessoas que teriam feito a mesma coisa que eles , mas que por uma série de coisas não chegaram lá pois havia apenas espaço para uma pessoas no cargo de “maior ditador chinês da história”, “maior assassino” ou algo assim.  

 Cara (eu uso “cara” para que isso literalmente pareça com alguma pessoas que você está prestes a conhecer melhor está na sua frente te dizendo isso, sendo leitor ou leitora, porque eu falo “cara” para garotas ás vezes também quando estou empolgado com algum assunto”),a maior bobagem que eu já tentei fazer em toda a minha vida e digo isso de boca cheia foi ser o absoluto campeão de algo na vida. Não que eu jamais vá conseguir realizar um sonho desses, mas é horrível ter isso em mente todo dia o tempo todo porque só foi me fazendo mal, a cada conquista que eu não alcançava eu pensava o quanto isso estava distante do que eu sou e como eu nunca chegaria ao sonho, só que é uma perda de tempo isso, só faz mal e não me ajudou em nada. É como um grande amigo meu chamado Gabriel Matiolli disse: “Você acha que o campeão mundial de xadrez um dia quando era criança disse que seria o melhor do mundo? Não , ele simplesmente foi jogando xadrez porque adorava e um dia ele foi crescendo, crescendo até chegar a campeão do mundo”.  O ponto interessantes sobre escrever esse texto é o fato de eu estar escrevendo tudo isso sem remorso, sem me sentir um lixo, sem ficar deprimido, sem ficar com vontade de me fechar pro mundo, mas sim escrevendo até mesmo de maneira animada, porque enfim me sinto assumindo que sou o que sou. Meu nome é Silas, meu nome é Silver, meu nome é 11183-3, meu nome é “filho”, meu nome é “amigo”, meu nome é “otário”, seja qual for meu nome, esse sou eu, uma pessoa comum que não é comum (duplipensamento), mas que simplesmente é isso: leva bronca, não ganha, ganha, é elogiado, faz bobagem, diz bobagem, ajuda, atrapalha”. Enfim eu consigo me assumir como um ser comum com defeitos e qualidade (por mais que pareça que eu tenha focado em defeitos aqui). Sou um jogador de League of Legends que recebe bronca dos parceiros, que dá bronca dos parceiros, que faz terapia, que escreve , que lê , que sofre, que chora, que vive. Prazer em conhece-lo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

[Time2Think] Devaneios sobre uma geração




Alguns dias atrás eu li um texto que falava um pouco sobre vantagens e desvantagens da atual geração de jovens entre 20 e 25 anos. O texto comentava o quanto era útil o fato desta geração ter crescido ao redor de tanta tecnologia, a facilidade que os jovens dessa idade tem de lidar com novidades tecnológicas, computadores, tablets, etc. Porém de acordo com Eliane Brum, os jovens em contrapartida tem um grande problema quanto ao fracasso, a dor, a tristeza. Essa geração em geral não foi “criada pela dor” e sendo assim acredita que na escola, no trabalho , nas relações , as coisas vão se desenrolar como em casa. A casa do jovem de hoje em dia, e eu posso dizer isso como opinião e experiência pessoal, por mais simples que seja, por maior que seja o número de broncas, brigas, tem uma vida muito mais confortável e amigável do que a casa que os nossos pais tiveram. Ao esperar um tratamento igual ao que se tem em casa, na vida, o jovem se decepciona e não consegue lidar com o constante fracasso ou tristeza.


Falando assim, até parece que não me incluo nesse grupo, mas eu me incluo sim. Ao ler o texto eu poderia ter reagido com negação, poderia ter me sentido ainda mais triste, ou simplesmente ter tentado aprener com o que a autora dizia, mas preferi simplesmente ler. Tem alguns fatos que eu simplesmente não acredito que podem ter alguma reação muito grande, eu já fui criado como fui e já aprendi que a vida não vai ser tão simples, resta continuar tentando lidar com ela e principalmente: aceitá-la. O texto foi importante para abrir uma nova linha de pensamento na minha cabeça e gerar uma reflexão proveitosa, além é claro de um assunto qualquer para uma mesa de bar entediada (com as pessoas certas, pra não soar como alguma nerdisse qualquer). Ler um texto como esse a princípio magoa um pouco quando se enquadra com você mesmo, mas  isso é simplesmente mais uma dessas coisas da vida que acontecem e a gente tem que lidar sem se abalar demais.

A minha faculdade e mais especificamente meu curso é conhecido por ter professores muito rudes, alguns sem dedica alguma, outros que parece que se esforçam , mas não saem muito do lugar e acabam dando provas não muito condizentes com a matéria ensinada. Um dia um desses professores , após corrigir uma prova, e disse algo do tipo: “Eu nem sei mais o que você vem fazer aqui. Será que você quer mesmo ser engenheiro? Por que eu acho que você devia mudar de ideia”, teve um outro que disse a uma aluna após a mesma fazer uma pergunta: “Você é muito burra! Eu nem vou responder isso, será que você realmente quer ser engenheira? Porque você é burra demais! Pra que tentar? É como alguém na cadeira de rodas tentando escalar uma montanha! Se você não consegue, nem tenta!”. Esse é exatamente o tipo de coisa que não se espera ouvir em uma sala de aula, mas é o tipo de coisa que se ouve e hoje em dia não se choca mais tanto com isso quanto antes. Os alunos vão entendendo com isso que a vida não é realmente fácil e que por aí vem coisa pior. A vida ainda não está perdida, nenhuma geração só tem defeitos e nenhum defeito é tão prejudicial a ponto de tornar uma geração muito pior do que a outra, isso é pelo menos o que eu acho, olha que em geral o que eu acho é sempre algo triste

terça-feira, 21 de maio de 2013

[E-book] Dois anos depois.

Muito tempo atrás, eu comecei uma história, que a princípio nem sequer tinha nome. Hoje ela é chamada de "Prólogo do Herói". Devido ao hiato que o blog teve, a história também parou, mas hoje eu volto com mais um capítulo!




Mal notei quando esta pessoa entrou no quarto, afinal eu não falava com ninguém há mais de dois meses e não esperava uma visita tão cedo. Estava completamente abalada, todavia ao invés de fazer como eu esperava que as primeiras pessoas que me encontrassem fizesse, que seria ficar me consolando e desejando boa sorte, ele simplesmente entrou e antes mesmo que eu pudesse processar a ideia de finalmente alguém ter tido coragem de adentrar meu espaço e falar comigo, ele já estava falando como se fosse um amigo que vai beber água e volta trazendo um novo assunto.
            - Eu também gostaria que fosse outra pessoa que viesse falar algo para você, porém de tanto tentar conseguir uma experiência melhor para você eu acabei quase que piorando devido ao tempo que passou. – Disse o homem de um jeito jovial e natural
            - Quem é você? – Indaguei eu antes mesmo de tentar entender o que ele tinha dito, ele estava com algum sotaque muito forte.
            - Bem, acredito que neste caso não tem problema eu me apresentar claramente. Meu nome é Silur Weber. Eu venho olhando seus passos a muito tempo, tanto por uma questão de obrigação quanto por uma questão de interesse.
            - Interesse em que? – Devido a falta de percepção do mundo ao meu redor eu ainda ficava muito confusa com tudo que me dizia, pois eu me utilizava muito do que via no semblante das pessoas para entender o real sentido das coisas.
            - Interesse em saber porque um documento sigiloso que eu adquiri a alguns anos atrás me diz que você não se pode dar ao luxo de ter um namorado ou algo assim devido a um risco em potencial. – Por mais que aquilo que ele falava fosse confuso de ser entendido devido ao seu forte sotaque e além disso serem coisas antes completamente desconhecidas por mim; Silur mantinha sempre o mesmo tom de voz e a tranquilidade.
            - Eu... Nunca... Ouvi falar de risco...  – Dizia eu gagejando.
            - Porém você foi aconselhada a não entrar em algum relacionamento com garotos, estou certo?
            - Sim... Mas eu pensei que fosse apenas ciúme ou algo do tipo... – Eu já estava começando a achar que aquele homem estava lá para me punir mais uma vez ou explicar tudo que havia acontecido.
            - Não se preocupe, pois não estou aqui para julgá-la ou coisa do tipo, para falar a verdade eu até mesmo incentivei o relacionamento seu com o jovem Joshua.
            - Você conhece Joshua? – Repentinamente todo o sentimento que tinha por Joshua emergiu em meu coração.
            - Falei pouco com ele, mas estou bem ciente sobre seus passos. O que exatamente você sente por ele?
            - Eu o AMO! – Eu falei rapidamente e sem pensar isso, já era algo muito exato isso para mim.
            - Agora que eu te disse que o fato de você ter um relacionamento com algum garoto pode ser um risco, você ainda assim tentaria continuar com ele? Considerando que a agência a qual eu represento tem influência mundial, então quando falamos em risco, nós não costumamos brincar.
            - Sim! – Sem pestanejar, nem considerar uma outra resposta eu disse isso. O mundo havia me destruído, me machucado e estava sendo muito injusto comigo. Eu não iria deixar o que eu sentia por Joshua ir embora, fosse qualquer motivo.
            - Infelizmente não há muitas coisas que eu possa fazer por você no atual momento, afinal o tempo é curto e você provavelmente já perdeu totalmente a sua noção de tempo. Por acaso quanto tempo você acha que já se passou desde o incidente que a deixou neste estado? – Por algum motivo eu estava confiando muito em Silur, mesmo ele não deixando transparecer em sua fala muito do que sentia e ser uma pessoa completamente desconhecida para mim.
            - Provavelmente cerca de dois meses.
            - Eu diria cerca de dois anos.
            - Dois... Anos... – Eu simplesmente não conseguia acreditar no que ele havia me dito. Era surreal demais, mas ao mesmo tempo começava a fazer sentido. Então comecei a me lembrar de crises de depressão, uma solidão sem fim, uma tentativa de me machucar muito que foi impedida por alguém desconhecido.
            - Tudo começou a voltar não?
            - Vol.. – Eu nem sequer conseguia terminar de falar, era tanta coisa que me passava na cabeça. Como estaria Joshua nesse momento?
            - JOSHUA! CADE ELE?
            - Você será capaz de ve-lo quando a hora certa chegar. Agora temos coisas mais importantes a serem verificadas.
            - O que pode ser mais importante do que saber onde está o Joshua?
            - Você gostava tanto assim dele?
            - Acho que com o tempo o gosto que temos de alguém aumenta exponencialmente e eu já o amava, mesmo que sem entender perfeitamente na época.
            - Bem, tem algo sim mais importante do que ele. Você. – Nesse momento Silur deu uma boa olhada meu rosto. Havia cicatrizes por todo o rosto, não era mais possível me reconhecer, meus olhos tinham um branco que beirava o fantasmagórico. Era impossível me ver e não impedir que uma lágrima escoresse pelo rosto.
            - O que fizeram com você foi imperdoável. Você deve ter deixar essa memória muito bem guardada em sua memória e não sou eu quem vai tirá-la de lá. Porém quando o dia de sua vingança chegar quero que conte comigo. -  No momento eu não entendia bem o que ele queria dizer, na minha mente eu sabia que algo muito ruim tinha acontecido comigo, mas minha mente e meu corpo acharam maneiras bem reclusivas de lidar com o problema, levou muito tempo até que eu compreendesse completamente tudo aquilo que o homem falava para mim
            - O que vamos fazer agora?
            - Agora? Você tem uma formatura para ir, venha cá, vou te ajudar com o vestido.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O E-sport no Brasil







Faz muito tempo que não escrevo neste blog  e nem tenho certeza se alguém lia ou vai continuar lendo ele, porém desde o início esse blog era antes de tudo para mim mesmo. Quando eu estou nostálgico eu olho para ele e sinto orgulho do que fiz. Mas se eu gostava tanto por que parei de escrever repentinamente? Eu não sei dizer a resposta, sei dizer que o último post era sobre a chegada de 2012 e como eu estava com ótimas espectativas a respeito do ano, o fato é que 2012 foi o pior ano que eu já tive que passar. Eu tive ótimos momentos como o show do Foo Fighters no Lollapalooza que foi com certeza um dos melhores, quiça o melhor momento do ano inteiro. Todavia isso não foi suficiente para compensar as péssimas notas, crises de ansiedade, início da terapia, entre tantas outras coisas que marcaram o ano. Chegou  um ponto do ano em que eu simplesmente desisti de esperar algo dele e simplesmente esperei que 2013 chegasse e fosse um melhor ano. Vai ser um ano melhor? Não sei, não tem como dizer, sei que o fato de eu voltar a escrever é um ótimo sinal.
Por que voltei a escrever? Durante  o período de “hiato” do blog muitas pessoas me deram um feedback positivo; tanto antigos leitores, quanto pessoas que eu nem tinha apresentado o blog previamente. O meu estimado amigo Felipe Abreu(que eu nunca chamo de Felipe Abreu), voltou a essa vida de blogueiro e isso me incentivou ainda mais um pouquinho e algumas coisas na vida são simplesmente questão de tempo, como já dizia Ted do seriado “how i met your mother”: “Timming is everything”. Chegou o tempo de fazer isso, de escrever, mas o título do post é sobre e-sports e eu nem comecei , vamos lá!

Ao longo de 2012 eu me torneio um tanto quanto viciado empolgado com um jogo chamado “League of Legends”, cujo qual o cenário competitivo é muito patrocinado tanto no exterior quanto recentemente no Brasil também. Eu sempre gostei de acompanhar competições de todos os genêros inclusive de games, então posso dizer que o cenário competitio brasileiro não começou ontem. Ele começou a um certo tempo, quando o Brasil já era destaque em jogos como Battlefield , Counter Strike, Need For Speed, Fifa, entre outro. Sendo que a maioria dos eventos rolavam em etapas escondidas pelo Brasil e no mundial da WCG. Porém esses jogos mesmo tendo muitos jogadores no Brasil, não aumentavam muito a renda das empresas por trás de sua criação, tanto devido ao grande movimento de pirataria no país como também devido a pouca procura do jogo para fins competitivos. Porém isso tem mudado muito não só aqui como ao redor do mundo, jogadores profissionais tem surgido cada vez mais e empresas especializadas em equipamento para competidores como Razer, Cmstorm, entre outras ganham muito dinheiro com isso. No caso de League of Legends, o Brasil chamou tanto atenção que em pouco tempo depois de sua criação houve um movimento muito grande e sistemático para trazer uma experiência de maior qualidade para o país tupiniquim: servidores dedicados para diminuir a latência(tempo de resposta de comandos durante o jogo), eventos oficiais e dentro em breve já se espera uma vaga exclusiva para o torneio mundial quem sabe. League of Legends tem sido o maior destaque dos últimos dois anos em questão de jogos online: é o jogo mais jogado no mundo inteiro, teve a maior premiação da história do e-sports. O jogo em si é muito divertido, cada jogador controla um personagem e uma arena simétrica, o objetivo é chegar até a base adversário e derrotar a maior estrutura chamada “Nexus”, para agilizar o trabalho o jogador pode derrotar os personagens inimigos, ganhar um baita dinheiro extra e comprar itens que o tornam mais forte bem antes dos inimigos. O número de estratégias que existe é incrível. São mais de 100 personagens(chamados de Champions, ou, Campeões), um número enorme de itens e uma infinidade de estrátégias e combinações.

Esse investimento no Brasil é muito bom, porém existe um problema que nem que todos os engenheiros, técnicos da Riot(empresa que produz o jogo), viessem aqui conseguiriam resolver. Existe uma fama entre os jogadores do Brasil que no caso desse jogo eu vejo diariamente de perto que é um reflexo da cultura de muitos jovens que jogam: troll. Troll é uma figura muito presente em RPGs, livros como “O senhor dos anéis” ou outros livros épicos. Ele é arrogante, só pensa em si mesmo, dá trabalho lidar com ele, é grosseiro. Esse termo é muito utilizado para descrever a “massa” de jogadores daqui devido a péssima atitude na maioria dos jogos online, no caso de League of Legends, caso você não tenha amigos presentes você pode deixar que o jogo escolha seus parceiros, o que exige de você uma boa interação com seu time, respeito , dedicação; todavia não é isso que os gringos e nem mesmo nós mesmos vivemos. A maioria dos jogadores Br só pensa em si mesmo, poe a culpa em todo mundo menos em si mesmo, faz com o que o time perca de propósito, se acha o melhor do mundo, entre outras atitudes desagradáveis. O lado bom é que tudo isso não impede que ótimos eventos ocorram no Brasil. Esse ano durante um dos maiores eventos de tecnilogia em nosso país , a Campus Party, tivemos o prazer de sediar uma etapa da IEM(Intel Extreme Masters), evento mundial de jogos online. A questão é que durante a etapa toda o Brasil demonstrou que seu cenário competitivo ainda tem muito o que aprender, após tomar várias “surras”o próprio público já não botava mais tanta fé nos seus próprios times, foi aí que chegou o momento que me fez escrever esse post inteiro.
No segundo dia de evento, a primeira partida foi entre dois times brasileiros, a Nex Impetus(atual CNB), e a Keyd. A Keyd perdeu sem ter muitas chances. O segundo jogo seria entre a Keyd e o time favorito do evento, o time Lg IM. Um time koreano(Koréia, o país onde o e-sports é tão desenvolvido que a fama dos jogadores profissionais é compara a fama dos nossos jogadores de futebol). Antes da partida os narradores americanos disseram “A Keyd precisa é de um milagra para vencer esse time,eles perderam pros próprios brasileiros, praticamente não tem chances”. Confesso que eu mesmo não botava muita fé na partida, e no começo o Brasil fez o que estava fazendo tão bem no evento: tomando um “sarrafo” de um time estrangeiro, mas foi aos 18 minutos de jogo que eu me lembro até hoje que as coisas foram mudando, o Brasil foi fazendo boas jogadas e a soberania sul coreana começou a cair. Eu me juntei ao coro de vozes gritando “Eu sou brasileiro com muito orgulho e muito amor”, a cada morte do outro time , a cada batalha vencida minha voz ia se esvaindo de tanto gritar, até o grande momento:



Cadavez que vejo esse vídeo eu me arrepio dinovo como se eu estivesse lá dinovo. Esse foi o momento em que esqueci de todos os troll do jogo, todas as instabilidades do servidor, o preço absurdo para se comprar equipamentos profissionais para computador e meu tempo escasso para jogar e treinar e tive fé de que o Brasil um dia seria campeão mundial de League of Legends e eu poderei um dia gritar, mandar “héxitégui”, postar no face, escrever em tudo quanto é quanto “AQUI É BRASIL HUEHUEHUEHUEHUEHUEHUEHUEHUE”.
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