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domingo, 4 de janeiro de 2015

[FRC] Recycle Rush - Primeiras impressões.

Um post bastante incomum, mas eu precisava de um link bom para que eu pudesse mostrar a diferentes pessoas este texto. O Kickoff foi dia 3 e as equipes já devem estar a todo o vapor para a temporada 2015 da First Robotics Competition. Aqui vai as minhas primeiras impressões quanto ao jogo.



Introdução geral ao desafio
Com a dica disponibilizada pela FIRST as equipes deste ano já esperavam alguma mudança na estrutura geral do jogo deste ano em relação ás edições passadas. Eis que a mudança veio: os robôs de diferentes alianças não irão circular pela mesma área, portanto o uso de bumpers não é mais obrigatório. Semelhante a desafio da temporada 2009-2010 da Vex Robotics Competition, os robôs de cada aliança tem um espaço delimitado já na arena por onde irão circular. Outro elemento que se mostrou frequente na dica e nos momentos antes do Kickoff foi a preocupação com o lixo (que também será tema da próxima temporada da FLL). Eis que temos o nosso desafio. Dean Keaman havia dito que este poderia ser o desafio mais difícil já feito, o que de certa forma era de se esperar, afinal os times estão ficando cada vez mais eficientes em revolver de maneira exemplar os desafios propostos e para que não se perca a competitividade existente no evento é preciso sempre aprimorar os desafios, mas ao mesmo tempo torná-los possíveis de serem resolvidos mesmo pelas equipes iniciantes (mesmo que não em sua total plenitude). O jogo deste ano requer que os robôs empilhem caixas(caixas semelhantes ás caixas em que os kits de cada temporada costumam ser entregues) e acima das caixas coloquem latas de lixo(quanto mais alto melhor) e dentro (ou acima) delas colocar “espaghetti” de piscina.

O maior desafio do jogo
A primeira vista pode parecer que o jogo não é tão complexo, mas um olhar mais atento pode trazer a tona algumas questões que podem fazer toda a diferença entre um robô bom e um robô sólido e consistente. Os formatos de cada elemento do jogo são diferentes entre si, a caixa seria equivalente a um paralelepípedo, a lata de lixo a um cilindro e o espaghetti também a um cilindro, porém mais maleável e cumprido. Existem estratégias estruturais que podem parecer eficientes para pelo menos dois destes elementos, como uma empilhadeira, porém no calor da competição estes elementos podem estar em posições muito variadas, caídos no chão, de lado, empilhados de forma incorreta, entre outras variações que só conheceremos durante as regionais e que até o último instante da final do FIRST Championship ainda podem nos surpreender. Pensando nisso, o desafio começa a ficar mais complexo, pois desenvolver um mecanismo que consiga pegar o mesmo objeto em diveras posições requer bastante estudo. Até o ponto em que percebe-se facilmente que existem algumas diferentes estruturas que conseguem pegar cada elemento com bastante versatilidade de posições, todavia ao pensar nisso percebe-se que a primeira ideia que vem na cabeça é logo impossível, já que acoplar três estruturas, ou até mesmo duas, sendo cada um dedicada a um elemento do jogo seria uma tarefa ardilosa e possivelmente pouco eficiente. O maior desafio deste jogo logo de cara, é desenvolver alguma estrutura que consiga de maneira plena pegar os diferentes objetos em diferentes posições e altura, além é claro da precisão necessária para colocar o espaghetti dentro da lata de lixo. Um dos problemas deste desafio é que ele não deixa bem claro o quão complexo é resolver cada um dos objetivos. Muitas equipes tentarão pensar em como colocar o espathetti dentro da lata de lixo e para isso parece interessante a ideia de usar uma câmera que consiga ver o buraco no centro da lata e posicionar ali o outro objeto, todavia, quantos times estão preparados e seguros para usar uma câmera para uma tarefa como essa ? Eu acredito que não muitos e usar uma câmera para esta tarefa pode parecer seguro, mas a análise digital de uma imagem nem sempre é uma tarefa simples. Até hoje a FIRST se usou muito do recurso de cores e luzes para durante a partida um robô fosse capaz de analisar variáveis e melhorar a eficiência que os seus pilotos poderiam ter, mas no caso deste elemento que repito, pode estar em diversas posições, usar uma câmera pode ser algo ainda mais complexo do que normalmente já é. Uma equipe astuta irá conseguir achar uma maneira mais criativa, prática e confiável de fazer o mesmo trabalho, principalmente se aproveitando da simetria dos elementos o jogo, isso é um ponto chave.

Pontos Chave do Jogo.
Esse jogo espera mais do que nunca que os robôs consigam ser complementares. Enquanto que principalmente nos EUA o número de equipes é muito grande e ter contato e proximidade com outros times é algo bem comum, no Brasil isso já não é tão comum, uma vez que em nosso vasto país ainda não temos tantas equipes. É de se esperar que algumas equipes trabalhem em designs em conjunto para que o trabalho na arena fique bem dividido e mais eficiente, trabalho em equipe é um ponto chave. Mas para equipes que não estão desenvolvendo algo em conjunto, que seria  a maioria, pensar no outro vai ser fundamental. Uma forma de ver isso é pensar em um robô que pode ter diferentes tarefas em diferentes partidas. Haverão robôs que serão capazes de colocar caixas apenas até uma certa altura, alguns outros que terão destaque por serem capazes de posicionar elementos mais altos ou outros ainda que chamarão a atenção por colocarem sem problemas os espaghetis nas latas. Um robô campeão é um robô que consegue ser versátil e fazer o que for melhor para o time.

Possível surpresa
Alguns jogos de outras temporadas do FRC me chamaram a atenção por terem robôs com estratégias que não pareciam ter sido imaginadas pelos criadores do jogo, como em Breakaway onde alguns robôs ficavam parados durante a partida toda, mas pontuavam muito bem. Neste jogo eu não acredito que algo drástico assim vá acontecer, porém a FIRST já viu que as equipes são muito boas em lançar coisas (vide principalmente o último desafio e os desafios de 2006, 2012, 2013, entre outros), por mais que a regra explicite que um robô não pode cruzar o meio da arena, nada impede que o mesmo lance algum elemento para o outro lado da arena afim de prejudicar a pontuação do robô adversário, embora a ideia de desenvolver um mecanismo desse apenas para uma estratégia incomum e pelo que eu imagino, facilmente de ser impedida, nunca se sabe o que os times pelo mundo irão inventar e é aí que está a magia do FRC que eu tanto amo.

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