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sábado, 13 de julho de 2013

[Time2Think] Desde os 15 anos e até muito mais.

Quando eu fiz 15 anos eu estava na oitava série e meu colégio estava praticamente falindo, as matérias eram dadas de maneira muito ruim, os professores estavam desmotivados e pela primeira vez eu havia me desmotivado com a escola. Dado este contexto eu e a minha mãe decidimos escolher um novo colégio, coisa que eu não fazia desde a segunda série e eu nem me lembrava como que a escolha foi feita. A princípio eu queria muito fazer uma escola técnica do estado e cursar um técnico em informática, porém eu não consegui passar na prova e tive que escolher alguma escola particular que tivesse um preço ao nosso alcance e foi assim que eu conheci o Colégio Gênese, um colégio pequeno , mas que me chamou muito a atenção principalmente porque ele tinha uma equipe de robótica, algo que eu nunca tinha visto de perto. Robótica era uma daquelas coisas que eu achava legal, mas que não corria atrás de conhecer mais a fundo ou coisa assim, porém quando eu conheci a equipe na minha primeira semana de aula eu adorei aquilo, entrei e nunca mais saí. Foi assim que eu comecei a minha história com robótica e com o time Genese Team #2236. Nós participávamos da competição First Robotics Competition; a cada ano o desafio da competição mudava e era necessário desenvolver um robo diferente. Logo em nossa primeira competição nós conseguimos o prêmio de “Rookie Seed Award” que era um prêmio pela melhor colocação no evento de uma equipe iniciante, ficamos em 3 lugar no placar geral, atrás apenas de equipes que tinham pelo menos uns 5 anos de experiência, eu sinceramente não sei até hoje como chegamos tão longe logo de cara. Aquela equipe era uma equipe muito legal, alguns daqueles membros são até meus melhores amigos, foi graças a equipe que o colegial pode ser tão bom quanto foi, porém algumas coisas me “travavm muito”, por exemplo, um fato que aconteceu no dia seguinte à competição ainda no hotel: estávamos todos tomando café e a diretora da escola e mentora da equipe começou a falar o que cada um de nós havia feito de bom e útil da equipe que ela estava parabenizando e ela se lembrou de todos na equipe, até pessoas que nem estavam mais ali porque haviam decidido voltar de avião, menos de mim. Ela simplesmente não falou nada que eu havia feito mesmo eu tentando todos os dias freneticamente ajudar, eu tentei usar meu inglês, eu organizava tudo, eu planejava estratégias, ajudava a montar/desmontar o robô, era curioso o suficiente para tentar entender tudo do robô, mas mesmo assim ela não se lembrou de mim. Todavia aquilo acabou me ajudando, eu fiquei a viagem de volta inteira pensando nisso (em 24 horas de viagem dá tempo de pensar em bastante coisa) e decidi que eu queria me especializar mais em alguma área e decidi que seria a programação porque eu já tinha lido um pouco à respeito na oitava série então seria fácil aprender mais e usar na robótica. Eu não guardei nenhum rancor por aquela situação, tanto que eu só decidi cursar engenharia mais tarde em um outro evento de robótica ainda com aquela equipe quando a diretora me perguntou “Silas, o que você pretende prestar no vestibular?” eu respondi “Provavelmente design de games” então ela disse “Você parece gostar muito de robótica, já pensou em engenharia?”, naquele dia eu comecei a perceber o quanto eu gostava daquilo e por causa disso decidi cursar engenharia (tirando a parte que esse maldito curso é difícil de entrar e pior ainda de sair, eu não me arrependo nem um pouco). Um dos problemas que eu tinha com esta equipe infelizmente era que eu não me sentia muito a vontade para sugerir ideias, opiniões ou ajudar em coisas mais efetivas que fossem mudar o curso das coisas, eu me sentia “anulado” mesmo que fosse por mim mesmo.


                                                                               

 Depois deste primeiro campeonato a equipe começou a ser reestruturada e começamos a competir na Vex Robotics Competition e os membros da equipe eram as pessoas mais próximas de mim e que estavam em sua maioria na minha sala, éramos agora o time Genese Team #7015.



Com esta equipe participamos de dois eventos, nos dois tivemos performances interessantes e chegamos até mesmo a nos classificarmos para o campeonato mundial, nesta época eu estava mais ciente do quanto eu gostava de robótica e sentia que estava ajudando mais, porém como parte do que a gente fazia vinha pronto e eu via pessoas com a minha idade fazendo coisas muito mais incríveis, sem contar que eu sentia que na nossa equipe faltava algo ainda, mas que eu não sabia explicar. Participamos também de competições de sumô; os desafios que estávamos acostumados tinham um nível de complexidade bem alto e uma competição de sumô a princípio não demonstrava muito desafio porém nunca conseguimos ir REALMENTE bem nas competições de sumô e levou anos para eu entender o porquê disso. Foi nessa época que despertei meu lado fã de robótica mais geral: filmes, livros, animês, fóruns, TUDO. Eu até mesmo escreve uma espécie de música sobre uma competição e mandei em um fórum americano da VRC onde vários americanos elogiaram.

O colegial acabou sem mais grandes conquistas e passei por uma fase meio desanimadora que foi o cursinho, porque durante essa época eu não participei de nenhuma equipe e fiquei apenas com a esperança de quando eu entrasse na faculdade eu fosse conseguir entrar em alguma equipe já existente com alunos brilhantes, competições desafiadores, etc, etc,etc. Enfim, passei no vestibular fiquei feliz da vida, cheguei na faculdade e a surpresa: não existia nenhuma equipe de robótica no campus inteiro. A princípio eu fiquei meio desanimado e pensei que meu “amor” por robótica fosse acabar e eu ia me acostumar com algum outro grupo de pesquisa ou coisa do tipo até que em uma reunião de uma extensão da engenharia elétrica eu preparei uma apresentação e sugeri algo bem inusitado para um bixo: eu ia tentar criar a minha equipe de robótica. No início isso foi BEM complicado, a gente começou do NADA, a gente nem sabia direito por onde começar, até que a gente decidiu focar campeonatos de sumô de robôs, engraçado né, antes eu achava tão banal sumô de robôs e levou anos para eu entender de verdade a complexidade que isso poderia ter. Dessa vez não tinha kit pronto, não havia manual de instruções e só está dando certo por um motivo: a equipe tem pessoas incríveis. Eu estou escrevendo este texto logo depois de uma competição que perdemos, porém foi a competição que conheci de verdade e confirmei pra valer o potencial de cada um da equipe, todos eles trabalharam de forma incrível e hoje nem dá pra acreditar que eu aprendi tanto já com estas pessoas. Hoje eu faço parte da equipe FEG-Robótica e analisando de maneira bem fria, analítica, realista, objetiva eu posso dizer com toda a certeza: está é a melhor equipe que eu já tive a oportunidade de fazer parte em toda a minha vida. FEG-Robótica, vocês são incríveis.




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