Think!

This may make you think. It only depends on how big is your world.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

[E-book] Conto: Carpe Diem


Um capítulo logo no começo da semana? Pois é, milagres acontecem. Está aí mais um capítulo da breve história de Lucas. Eu aconselho aos leitores, lerem o último texto e refletir ouvindo a música "Black" do Pearl Jam. Sentiriam algo muito próximo do que Lucas sentiu ao refletir.

Mr. Silver

______________________________________________________________________________

Os três anos de vida que restavam a Lucas passariam muito rápido. A primeira coisa que decidiu fazer foi largar tudo que estava fazendo, se trancou no quarto e nos primeiros três meses ele simplesmente dormia, chorava, comia pouco e se sustentava com a bolsa de altíssimo valor que o governo pagava para aquelas situações onde pessoas de classe alta, alunos de destaque ou pessoas famosas descobriam tragicamente quando morreriam. Porém passados os três meses Lucas passou a se questionar sobre sua atitude, será que ele precisava fazer aquilo? Não haveria alguma forma de se aproveitar disso? Por mais que isso soasse absurdo, após algumas semanas ele decidiu enfim sair de casa para fazer algo que ele mesmo havia dito que nunca havia feito, seja lá qual fosse a real definição disso: curtir a vida. Pegou algum dinheiro e foi ao Shopping mais caro que conhecia, ao chegar lá todos olhavam para ele como se fosse um cachorro laranja com antenas, entrou então em uma loja de grife para garotos e garotinhas que querem parecer seus artistas de rock e decidiu ser o mais mainstream que a loja poderia oferecer: saiu da loja com uma calça preta mais justa que o normal, uma camiseta amarela com alguns dizeres em inglês que Lucas preferiu nem notar para não se decepcionar demais, um tênis all star com uma arte exclusiva da banda “The Who” e um boné que na opinião dele não ajudava muito contra os raios solares, todavia nesse momento ele só queria poder se enturmar em uma balada qualquer. Ao sair da loja as pessoas pelo menos deixaram de olhá-lo, a partir de agora ele fazia parte do cenário, pela primeira vez praticamente. Havia uma coisa que fazia sentido dentro de todos aqueles apetrechos que ele havia comprado (qualquer roupa que fosse muita mais complexa que uma calça e uma camiseta ou camisa, Lucas consideraria como apetrechos), tudo aquilo tornava discreta a feição cansada e abatida que todos os cidadãos tinham, era como retornar nos tempos que os seus avós comentavam: “rostos vívidos e cheios de energia, já não se vê mais isso”. Lucas ainda assim não estava mais se sentindo bem acomodado naquele ambiente que parecia transpirar felicidade juvenil, vitalidade enquanto ele se sentia como se transpirasse a palavra “morte”, então ele foi para casa esperar até a hora de uma balada que alguns amigos seus que gostavam de rock’n’roll viviam comentando, estava na hora de fazer algo de interessante na sua vida.

Backstage era um lugar que abrigava qualquer tipo de apreciador de rock, tinha dois ambientes simples mas aconchegantes, ambos com bares recheados de cervejas internacionais e drinques estilosos. Os ambientes eram sempre escuros e de acordo com a música que estava tocando um diferente jogo de luzes era posto para dar mais vida ao local.

Onze horas da noite Lucas chamou um taxi que o levou até uma região do centro da cidade lotada de baladas, festas, barzinhos e entrou em uma balada com uma fachada preta com dizeres em branco “Backstage”. Entrou sem problemas e foi se acostumando com a música alta que naquele momento era “Sweet Child’o Mine” da banda Guns’n’Roses, enquanto andava via que sei visual um tanto quanto colorido não combinava com a maioria das pessoas de lá então tratou de pegar uma cerveja e se dirigir ao andar superior onde havia mais pessoas vestidas como ele. É interessante salientar que em ambientes como esses que de certa forma o simples fato de estar lá reflete um pouco sobre você tendem a ter pessoas muito carismáticas e dispostas a ter um bom papo. Foi assim que Lucas conseguiu conhecer um escritor alemão que estava passando um ano no Brasil para escrever romances tropicais, uma dançarina de casas noturnas que o chamou três vezes para conhecer o apartamento dela, mas Lucas não aceitou por razões pessoais. A cada pessoa que ele conhecia, era como se ele estivesse entrando em um mundo completamente diferente. Lucas estava acostumado a lidar com diferentes pessoas, mas mesmo assim nunca tivera a oportunidade de conhecer pessoas tão diferentes e peculiares. A pessoa mais interessante que Lucas conheceu foi um músico irlandês que odiava a banda U2:

- Meu caro companheiro de um Heinekein. O que faz da vida para estar aqui falando com um mero irlândes? – O irlândes se chamava Neil e tinha um sotaque fortíssimo.

- Haha! No momento estou apenas tentando viver um pouco.

- Bem lembrado meu caro... As vezes nos esquecemos disso. Mas bem, que tipo de música você ouve? Espero que não seja U2.

- Não, não. Haha. Eu gosto de música irlandesa, a música tradicional.

- Ta falando sério, pal? – Neil tnha a mania de usar expressões em inglês no meio de frases em português.

- Com certeza.

- Então vamos amanha ao Irish Pub, fica a algumas quadras daqui, aposto que vai gostar muito de lá.

Desta maneira Lucas no dia seguinte foi para o “Irish Pub” e conheceu ainda mais pessoas, bebeu cerveja ao som de músicas como “The Parting Glass” e “Fields of Glory”. Ele fez muito sucesso por ser um brasileiro com muito conhecimento em cultura e costumes irlandeses. A partir desta data Neil o chamou para vários passeios, ele chegou a conhecer algumas garotas muito interessantes, algumas até se interessaram por eles, mas era aquela coisa impulsiva que ele não se interessava. Os próximos quatro meses foram marcados por saídas diárias para lugares cada vez mais diferentes, de shows de rock até cerimonias de chá japonesas; quase viajou para o Canadá com uma garota que conheceu num curso de bateria. Ao final de aproximadamente quatro meses ele se sentou no meio do mato em uma região entre o Brasil e a Venezuela, pegou seu Ipod e começou a ouvir “Black” do Pearl Jam.

- Afinal, o que eu estou fazendo com a minha vida? De que forma eu ajudei alguma pessoa ? O que eu fiz da minha vida além de “aproveitá-la”? – Lucas não conseguia parar de se questionar e já estava chorando, não sabia se pela música ou se pela reflexão.

Carpe Diem

"Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? - Carpe - ouve? - Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas."

Carpe Diem é uma expressão em latim que quer dizer algo como: “Aproveite o dia, não se preocupe com o futuro”. Muitos estudantes pré-universitários focam sua vida nos estudos, depois entram na faculdade e a coisa parece que so tende a piorar. E se a gente simplesmente curtisse a vida? Não como no filme “curtindo a vida adoidado” onde o protagonista curte muito a vida, mas por apenas um dia. Seria algo mais como o seriado britânico Skins. Onde os jovens não ligam para seu futuro, para uma forma de ajudar as pessoas ou uma forma de ascender socialmente. O tempo todo estamos preocupados com o que vamos ser, que profissão teremos, como vamos orgulhar nossos pais, entre outras coisas. Eu mesmo digo a mim mesmo que vou fazer o curso de engenharia elétrica, me formar, fazer as devidas graduações seguintes e um dia ter bastante dinheiro e poder viver a vida como eu realmente quero, porém nosso dia é cercado de exemplos de pessoas que desejaram a mesma coisa, mas não conseguiram alcançar; por que eu seria diferente? Eu acredito em mim mesmo, no meu caso é melhor eu simplesmente acreditar e lutar para ser diferente. Mas se eu soubesse que em três anos eu morreria, talvez tudo isso viesse a baixo, pois não daria tempo de realizar nem sequer metade do planejado. Capaz que eu decidisse seguir em frente curtindo a vida de uma forma que eu nunca tinha feito antes. Entretanto será que dá pra mudar todo o meu ideal de ajudar as pessoas e todos meus sonhos, da noite pro dia e simplesmente jogar tudo ao alto? Eu acredito que eu me enganaria. No final das contas o que é curtir a vida? É só fazer coisas inúties? O que é útil? Muitas questões e poucas respostas, concordo. Verdade seja dita, curtir a vida pode ser estudar para ser quem você quer tanto ser, pode ser ficar trancado em seu quarto num feriado. Tudo depende da pessoa. Lucas pode ter aprendido como é duro tentar ir contra seus ideais e sentir depois remorso por tudo, mas toda experiência é válida e pode levar a um destino ainda mais brilhante na vida de cada um.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

[E-book] Poste.


HeHe. Quase que não sai capítulo hein! Feriadão, eu na praia(coisa que eu detesto), mas fazendo algo que consegue ser ainda mais chato: relatório de fisica experimental, mas vamo que vamo. Semana que vem tem Memento Mori! Perguntinha da semana: de qual música Joshua de lembrou no capítulo de hoje?


Mr. Silver

_____________________________________________________________________

Como o time de robótica acabara se acostumando de alguma forma a fazer robôs grandes para batalhas de robôs então fazer um pequeno robo para uma pequena luta de sumô não seria o maior problema de seu dia. A ideia principal do robô veio de Joshua que estava muito inspirado no dia, eles iriam fazer um robo que conseguisse saber quando outro chegasse perto para então atacar com toda a sua força, como eles tinham pouco tempo para fazer tudo eles saíram da escola após as nove da noite, se despediram e cada um foi para um caminho diferente. Nesse dia o caminho de Joshua da escola até sua casa estava muito tranquilo e quieto até demais, mas como ele nunca havia ouvido falar de muitos assaltos naquele região decidiu continuar em calmaria. Os postes de luz daquele região haviam passado por um processo de reconstituição histórica, então eram modelos comumente usados em São Paulo na década de 30, ele se sentia como se estivesse naqueles filmes de Sherlock Holmes andando por um rua deserta em busca de pistas ou suspeitos. Foi viu uma sombra com forme humana saindo de trás de de um dos postes, porém antes que conseguisse sequer suspeitar d que fosse aquilo, sentiu um forte golpe na sua nuca seguido de um chute em sua canela que o fez cair no chão; já esperando ver um criminoso, olhou para trás e se viu frente a uma linda garota chamada Fernanda.

- E AI! A QUANTO TEMPO JOSHUAAAAA! – Fernanda gritava de forma que fazia tant baruho quanto uma rua cheia de pessoas.

- Fer... nanda. A quanto... tempo... – Disse Joshua com dificuldades ainda para falar devid ao susto e a dor, ele havia perdido o costume de ficar apanhando quase todas as tardes de Fernanda.

- Você está bem? – De todas as vezes em que Joshua havia tomado socos, pontapés, chaves de braço, entre outros golpes estranhos que ela aprendia enquanto lia revistas de luta livre e artes marciais; ela nunca havia perguntando com tanta preocupação se ele estava bem ou não.

- Estou bem sim... – Joshua tentou ser educado para não preocupá-la.

- Ah então vem aqui pra eu testar um golpe novo!

- Calma! Não tão bem! – Nesse momento os dois caíram na risada e passaram a ter uma tranquila conversa até a casa de Joshua. Falaram sobre as novidades dos tempos que pouco se falaram, da vida, do universo e tudo mais. Menos sobre mim.

- Joshua... Eu queria te falar uma coisa, mas esse não é o momento.

- Então... Qual seria o momento ideal?

- Vamos ao show de uma banda cover de Beatles semana que vem. É em um lugar que abriu recentemente chamado Backstage.

- Haha! Tudo bem então. – Estava tudo normal até que Fernanda disse algo como “I’ll never let this go” o que lembrou Joshua do trecho de uma música e quando menos esperava Fernanda havia lhe dado um beijo rápido, quase como um mero toque de lábios, também conhecido como “selinho”. Após isso ela saiu correndo para sua casa e podia ser uma impressão de Joshua, mas parecia que ela andava saltitando.

Se isso tivesse acontecido a alguns meses atrás Joshua poderia estar correndo até o Rio Grande do Sul nesse exato momento de tanta felicidade que estaria sentindo, mas desta vez ele estava muito confuso para sentir qualquer coisa. Agora ele já havia dito pelo menos uma vez em sua vida, mesmo que em seus pensamentos, que amava uma outra pessoa que ele acreditava não amá-lo: eu.

A semana seguinte foi marcada por uma correria diária para resolver os problemas que iam surgindo, fossem eles do robô para a iminente competição, fossem eles provas surpresa de Física Elétrica, coisa que até mesmo Joshua que tinha facilidade com a área de exatas. O time de robótica já estava tão entrosado e unido que os problemas que surgiram eram rapidamente resolvidos ou pelo menos pensados de forma unida e organizada, já as provas não eram tão simples. Certa vez no meio de uma prova difícil de física, Gustavo chamou a atenção de Joshua:

- Joshua, se eu sei que existem duas cargas pontuais em pontos de espaço diferentes, o que posso dizer sobre elas? Que eles chegarão no horário certo?

- Gustavo, leia o material só pra variar... Não posso te responder isso.

- É só essa cara, as outras eu sei – O conceito de cargas pontuais era usado durante toda a prova, esse erro grotesco de Gustavo havia acabado de lhe garantir um zero.

- Cara, pare um pouco de namorar e vá estudar de vez em quando. – Joshua havia ganho a péssima mania de mostrar a Gustavo algumas desvantagens de se namorar, dizendo que ocupava muito seu tempo ou que o distraia demais, mas Gustavo era um bom amigo e sabia ter paciência.

- Se você me falar eu te digo um segredo de Fernanda que envolve você. – Joshua nem sequer pensou duas vezes, simplesmente pegou a prova de Gustavo e resolveu tudo que sabia.

Após a aula Joshua foi falar diretamente com Gustavo, que reparando na ansiosidade dele resolveu se aproveitar um pouquinho da situação.

- Eu só vou poder te contar o segredo depois de saber a minha nota, eu preciso de pelo menos um 8 para não ficar de recuperação e é essa nota a que eu quero.

- Eu... Não... Acredito!

- Haha, paciência jovem padawar.

- É padawan...

- Novamente, detalhes... Detalhes...

Enquanto isso em uma região afastada da França uma pessoa muito discreta conversava com um grupo de cientistas. O nome “Elektro” foi citado algumas vezes.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

[E-book] Conto: Memento Mori


Olá pessoas. Peço desculpas pela demora e pela ausência de um capítulo do conhecido E-book. Mas hoje vos trago a primeira parte de um breve conto que eu comecei a escrever. A cada capítulo ele será acompanhado de um texto para reflexão relacionado ao enredo da respectiva parte. É a primeira vez que escrevo algo tão triste.


Até mais

Mr. Silver

______________________________________________________


O médico pegou a ficha de seu paciente e a segurou junto com uma folha lotada de informações dispersas sobre o mesmo. O sol estava forte, mas mesmo assim ele acendeu um cigarro, afinal só assim para aguentar uma notícia daquelas logo de manha. A ficha do paciente dizia que ele havia sido um ótimo aluno na universidade de São Paulo e se formara em direito com louvor, isto havia menos de dois meses. Ele não tinha família nem nunca namorara na vida, tinha apenas alguns amigos como família, porém como já tinha 25 anos ele era muito independente. Todavia uma notícia dessas seria muito forte até mesmo para ele. O médico se chamava Julio e era seu primeiro ano de atuação no Hospital das Clínicas. Por mais que durante a faculdade o contato com pacientes era constante ele nunca tinha se sentido muito confortável com a ideia de anunciar o tempo de vida de alguém. Eles estavam no ano de 2050 e a medicina havia avançado para um nível onde era fácil prever a data da morte de uma grande gama de doenças e com um orçamento ainda maior dava para descobrir o horário da morte de uma pessoa qualquer. Era hora de apagar o cigarro e ir ao consultório, ele havia prometido que hoje ao meio dia ele daria o diagnóstico completo sobre a saúde de Lucas, o paciente.

Lucas tinha uma vida normal até os seus 16 anos, quando em um trágico acidente de carro seus pais infelizmente feleceram. Quando isso aconteceu Lucas se tornou um garoto muito quieto e dedicado aos estudos; dizem que quando alguém sofre algum grande trauma, seja lá qual for a idade, ela passa a se dedicar em alguma coisa para que seu cérebro não tivesse que pensar o tempo todo no que lhe havia causado o trauma. Com isso ele passou de um aluno mediano de uma escola pública de Osasco para o primeiro lugar no vestibular da universidade de São Paulo e após cinco anos se consagrou como um dos melhores alunos que a USP já havia tido o prazer de abrigar. Porém aquele sucesso estudantil não havia conseguido apagar duas coisas: a saudade que tinha de seus pais que sempre haviam sido a sua única família e a sua imensa vontade de ter uma namorada. Quando entrou na faculdade pensou que conseguiria uma namorada, era um pensamento que se baseava no seguinte raciocínio:”Eu tenho cinco anos de curso pela frente, no meio de tanta gente as chances de eu não conseguir nenhuma namorada tendem a zero”. Infelizmente as coisas não ocorreram como ele imaginava: os cinco anos se passaram e ele não conseguiu sequer um beijo(fato que ele omitia para a maioria das pessoas, ele não era burro). Mas conforme os anos passaavam desde o início do seu curso, a euforia de querer ter uma companheira iam passando e era substituida pela corrida vida universitária a qual ele sempre dedicou todos seus esforços. No presente dia ele pretendia andar de sua casa até o consultório onde receberia o resultado de uma série de examos que ele fazia anualmente, o médico disse que queria falar com ele pessoalmente e o mais rápido possível. Acordou em seu apartamento no centro da cidade e caminhou vagarosamente até o banheiro, sua face estava como a face de um homem saudável. Lucas era alto, magro e extremamente branco, seus olhos eram bem caídos durante o dia todo, o que era completamente normal para um homem saudável do ano de 2050. Colocou uma roupa leve, calças brancas que ele usava para caminhar de manhã e uma camiseta também branca e muito comum; faltava ainda quinze minutos e a clínica era muito próxima de sua casa, então decidiu ir caminhando com calma.

O médico Julio não aguentava mais esperar pelo paciente e ainda assim não sabia como dizer a ele o que tinha para falar. Por algum motivo a folha de papel cheia de informações dispersas sobre seu paciente, que agora estava amassada e suja, contava com a frase “NUNCA NAMOROU NA VIDA” escrita diversas vezes e até mesmo grifada. Enquanto pensava a respeito disso alguém bateu a porta assustand-o, pois como ele não tinha consultas marcadas para aquele dia além de Lucas, só podia ser ele mesmo. Lucas se sentou confortavemente esperando a conversa que viria a seguir. Sem mais delongas Julia começou:

- Lucas. Como você se sente no momento? – Julio tinha uma voz muito rouca, mais do que o normal para o ano de 2050 onde quase todas as pessoas tinham algum problema na garganta.

- Me sinto ótimo!

- Você deve estar ciente de como a tecnologica médica evoluiu nos últimos quarenta anos, não é mesmo?

- Com certeza, tive o prazer de participar de julgamentos onde graças a esse desenvolvimento a justiça pode ser melhor cumprida.

- Pois bem. A medicina chegou a um estágio onde é possível dizer em quanto tempo alguém com uma doença discreta poderá viver ainda.

- Como assim? Doença discreta? Do que está falando? – Lucas começava a ficar mais pálido do que o comum e o que seria apenas uma consulta de rotina estava começando a mudar.

- Doença discreta é uma doença que não se tem nenhuma evidência física de sua existência porém teoricamente ela está lá e devido ao avanç da matemática na medicina é possível prever tudo que ela irá lhe causar.

- E o que tudo isso tem a ver comigo? – Lucas começava a ficar impaciente para saber logo aonde isso iria dar.

- Tem a ver que achamos uma doença discreta em seu organismo. Você deve primeiramente...

- QUANTO TEMPO DE VIDA EU TENHO? – Lucas já se via levantando da cadeira e colocando as mãos sobre a mesa do médico. Sua face não era mais pálida e sim vermelha e sua tempora saltava.

- Se é para ser direto. Você tem mais três anos de vida, contando a partir de hoje, esse foi o motivo de ter marcado especificamente hoje.

- Obrigado.

Memento Mori

Memento Mori é uma expresão em latim que quer dizer algo como “Lembre que é mortal. Lembre-se da morte”. Morte não é o tipo de coisas que em geral as pessas gostam de se lembrar, principalmente porque ela em geral parece estar muito distante e como é algo que por mais que tentemos evitar, nunca escaparemos. Mas e se um dia lhe anunciassem o exato dia em que voce iria morrer? Será que você havia se esquecido da morte? Ou apenas a evitou e ela decidiu lhe fazer uma visita?

A vida é muito longa. A vida é curta. As pessoas falam ambas as coisas dependendo da sua formação cultural e inluências outras. O fato é que se hoje você e jovem, em geral terá vários projetos como o casamento ou a vida univrsitária e quem sabe um grande sonho de mudar o mundo. Se a morte avissase que iria bater a porta antes que você consiguisse se realizar é comum que você reclamasse, achesse ruim e caisse em uma profunda depressão. Porém em geral ela não avisa e a situação mais próxima a isso é conhecer um amigo cheio de sonhos e potencial para realizá-los cuja vida acaba muito antes de completá-los. Não se esqueça da morte, mas caso ela o lembre. O que você faria? Sentiria uma tristeza profunda e desistiria de tudo que já lutou? Digo que não sei o que faria, posso saber o que muitos personagens fariam, posso decidir o que eles irão fazer e desta forma também posso decidir o que fazer. Somos os nossos próprios personagens. Agora apenas se imagine estando na situação de Lucas, tendo exatamente mais três anos de vida, ele pode decidir mudar completamente a sua vida para algo desafiador, aventureiro que ele nunca havia sido. Lucas pode decidir levar sua vida como sempre levou como se ninguém houvesse lhe dito o que lhe ocorreria em três anos. Ele também poderia muito bem lutar por um sonho que sempre teve e tentar alcançar ao menos ele: conseguir uma garota. Mas será que isso é tão importante assim? Será que é necessário ficar tão triste por não se dar bem com as garotas?

Certa vez estvámos estudando eu e meu amigo Yo, estudávamos muito concentrados para passar no vestibular e eu fiz a seguinte pergunta: “Se você descobrisse agora que tudo o que você conhece iria acabar em pouco tempo. O que faria?” Ele me disse “Eu não sei exatamente, mas sei que não estaria aqui fazendo isso.” Voltamos aos estudos.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

[E-book] Trident de Melancia


Olá leitores. Me desculpe pela demora, mas lhes garanto, passar no vestibular foi o portal para algo ainda mais trabalhoso hahahaha. Garanto que jájá a história vai ficar um pouco mais emocionante.

Até mais.


Mr. Silver


Joshua não tinha palavras para descrever o que estava sentindo naquele exato momento, era um misto de triseza, arrependimento e rancor indefinido. Ele preferiu não comentar mais nada, pedir a conta (que já estava paga de acordo com a carta, o garçom lhe informou) e ir embora. Após me deixar em uma rua próxima a minha para que meu pai não nos visse juntos, mesmo que pela última vez em um certo tempo. Ao chegar na sua casa nem sequer cumprimentou sua mãe e logo correu para seu quarto chorar. Ele tentava parar mas não conseguia e por um tempo ele se sentiu como seu amigo Rafael sentira uma vez, é claro que Joshua havia aprendido a lição e não tiraria sua vida por uma garota, principalmente porque eu não havia o humilhado ou coisa assim; a coisa mais estranha e talvez desrespeitosa que houve foi o fato de eu não ter dado nenhuma explicação plausível para minha resposta.

Os dias foram se passando e se não bastasse os pensamentos dele em mim para trazer lembranças, agora as coisas mais simples também o remetiam a fatos anteriores de nosso antigo relacionamento. O que mais incomodava dentro destas coisas era o cheiro do Trident de melancia, porque o tempo todo comprávamos isso e passávamos o dia inteiro conversando e mascando o chiclete. Certa vez Gustavo foi até a carteira de seu amigo tentar ajudá-lo.

- Joshua... Estou preocupado contigo cara... Faz tempo que não jogamos Blaz Blue. – Disse Gustavo com um tom preocupado.

- Pera ai... O que você tem na boca?

- Além do intestino delgado? – Respondeu Gustavo com um sorriso no canto da boca.

- Eu... JÁ TE DISSE QUE O INSTESTINO NÃO FICA NA SUA BOCA.

- Detalhes... Detalhes...

- Mas afinal o que você está mascando?

- Chiclete de melan... – Antes que Gustavo terminasse a frase ele mesmo correu até a cesta de lixo mais próximo e depositou o chiclete lá.

- Okay... Cara eu estou bem. Apenas um pouco atolado de matéria para estudar, se não eu jogaria mais com você com certeza.

- O próximo torneio é daqui uma semana e eu queria treinar com você.

- Relaxa. Eu nem me comparo mais a você. Melhor treinar com alguém a sua altura.

- Você quem sabe... – Nesse Joshua se lembrou de que o torneio do grupo de robótica era novamente no mesmo dia que o de Blaz Blue e ele não frequentava a reunião a semanas. Com isso ele saiu correndo pelo corredores até a sala do grupo. Chegando lá estava tudo bem limpo e havia apenas os principais membros: Juliana e Vitor.

- Eu juro que tentei lhe avisar sobre o torneio, mas o Gustavo sempre esquecia. – Disse Juliana com uma feição bem despreocupada

- Me desculpe... Mesmo... – Disse Joshua arfando.

- Você não pode parar sua vida apenas porque levou um fora transcedental. Sem contar que não temos mais chances... Você quem deu a ideia de participarmos dessa competição de nível menor, pensei que tivesse alguma ideia útil. – Joshua achou a palavra “transcedental” um tanto quanto desncessária, mas mesmo assim respondeu:

- Não podemos desistir! Vamos firme!

- Mesmo sabendo que a primeira batalha será contra o colégio Fenix? – A competição da qual estavam falando era uma luta de sumo entre robôs de até cinco quilos, seria literalmente uma batida de frente comigo a ida a um torneio desses.

- Não...

- Sabia que ia dizer...

- NÃO VAMOS DESISTIR POR NADA! – Joshua precisava se apegar a alguma coisa e essa coisa seria robótica no momento.