Think!

This may make you think. It only depends on how big is your world.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

[E-book][Conto] Viva la Vida/Death And All His Friends.

Chegamos enfim ao final de uma história minha. Ainda aprenderei a fazer finais melhores. Muitos me perguntaram se esta história estaria relacionada de alguma forma com outra história minha, agora eu direi a verdade: SIM. Sem mais detalhes por enquanto. Obrigado a todos que me acompanharam até aqui.

Mr. Silver


Viva la vida

Uma vida ordinária, não é necessariamente uma vida ruim. É uma vida relativamente comum e era assim que Lucas sempre havia pensado que era a sua vida; vazia, sem um grande amor, sem grandes emoções e pessoas concordariam com ele ao dizer que havia tido uma triste vida. Entretanto pensando mais profundamente é possíve concluir que não era bem assim, afinal poucas pessoas tinham a oportunidade de fazer um ensino superior de tamanha qualidade, conhecer pessoas tão diversificadas e além de tudo isso ter a capacidade de saber o dia de sua morte e se preparar para ela. A um dia do seu fim ele poderá pensar que muitas coisas que foram feitas podem ter sido em vão, porém essa não é a hora certa de pensar nisso.

Se pensarmos profundamente, o simples fato de você estar lendo isso quer dizer que você é uma pessoa privilegiada, você tem acesso a um computador com internet e ainda por cima tem capacidade de ler e quem sabe escrever. É difícil pensar desta forma quando se tem arios outros problemas na vida: tem muita gente rica e cheia de oportunidades, mas não tem um casamento feliz, ou então que tem um filho que ele ama, mas lhe dá vários problemas dos mais diversos tipos. É extremamente complicado entender as coisas numa proporção maior e se comparar com o mundo num âmbito imensamente maior e obviamente mais abrangente; talvez seja uma coisa humana.

Lucas está chegando ao fim de sua jornada chamada vida. Mas um instante pode alterar toda uma vida, talvez ele não precisasse fazer mais nada em sua vida para completá-la e o que viria em três anos viria mesmo que ele não soubesse. Um único instante pode fazer com que toda a sua vida valesse mais ainda a pena. Mesmo ele ainda estando triste por pensar que a ausência de um namoro em sua vida, mas será que isso era preciso? Ou será que o que ele queria era apenas algo que poderia tanto vir com um namoro quanto com outra coisa? A grande questão é se ele vai ou não descobrir isso a tempo.

A tristeza é algo que não abordei com precisão específica. Mas pense em uma dor muito forte e fria que passa desde o pescoço até o fim do corpo e só não é sentida como uma dor na cabeça, pois o psicológico já chegou em um nível de desnorteiamento que nada mais é sentido ali. Tudo que acredita pode ir para baixo levantando assim apenas hipóteses tristes e depressivas, como solidão, incerteza, insegurança. Morte. Isso acontece com maiores ou menores frequências na vida de todos, alguns infelizmente sofrem isso por longos tempos ou com uma frequência absurdamente alta. Mas eu queria que qualquer pessoa que se sente assim pudesse olhar pra isso e ver verdade.

“Valeu a pena? Tudo vale a pena enquanto a alma não é pequena”

(Fernando Pessoa)

Lucas acordou um dia antes do dia de sua morte e algo o preocupou: ele não se lembrava a que horas ele tinha marcado com seu médico a três anos atrás, então ele consideraria que essa seria sua última noite de sono. Uma vez que na verdade ele não tinha dormido nada, ele acabara de usar mal uma de suas últimas oportunidades de dormir. O que ele achara tão trivial durante toda a sua vida: dormir, já que na época da faculdade dormir era um luxo, ele passava noites e mais noites estudando para provas e análises de casos complexas. Agora tudo isso, todas as lembranças iriam embora, ele simplesmente não tinha motivo lógico algum para terminar de fazer o que tinha que fazer, Lucas poderia simplesmente dormir e aguardar por seu momento, todavia algo dizia a ele que aquele dia não seria simplesmente um dia.

Alice aguardava ansiosamente por encontrar Lucas. Na verdade ela não simplesmente esperava naquele dia específico por encontrar com ele, ela esperava a anos por um momento em que pudesse conversar com Lucas e dizer tudo que precisava. Então lá estava ela com seu melhor vestido casual, maquiagem e perfume importado para chamar a atenção e dado o tempo combinado Lucas apareceu em frente ao seu escritório onde tinha marcado uma espécie de reunião pré tribunal. Sua cara não era muito melhor do que sempre fora, mas era como se Alice tivesse percebido algo em sua feição:

- Você está bem Lucas? Acho que está com uma aparência muito cansada. O que acha de fazermos essa reunião passeando um pouco? – Esse era o tipo de coisa que seu chefe não recomendava fazer em qualquer dia normal principalmente com clientes que ele tinha tão pouco contato.

- Claro. Onde quer ir? – Aquele não era um dia normal qualquer.

- Vamos ao melhor café da cidade!

Lucas não havia tido muitas oportunidades de sair com alguém tão atraente e legal como ela, todavia uma ideia não saia da cabeça dele “ela acha que viajar no tempo é possível, essa garota é maluca”. Mas ele preferia ignorar isso e aproveitar um pouco aquele dia.

Os dois tomaram um café de altíssima qualidade, comeram bem e falaram sobre trivialidades. Até que o assunto que Lucas estava tão curioso, curioso a ponto de pensar que não podia morrer sem saber a resposta para aquilo, literalmente.

- Afinal Alice, você me deu várias desculpas para explicar isso, mas nesta altura do caso é a hora de ser sincera... – Antes mesmo que ele terminasse a frase ela já estava respondendo de prontidão.

- Você deve querer saber sobre essa coisa de eu viajar no tempo. Bem. Espero que tenha uma mente aberta para ouvir isso. – Lucas na hora pensou que teria que se preparar para uma história sobre bruxas, fadas e alienígenas que tinham por profissão destruir planetas e escrever poesia.

- Vou dar o meu melhor.

- Tem um garoto em um país meio distante daqui que consegue fazer coisas que você nem imagina. Por estes dias ele voltou de um grande hiato de muitos anos. O problema é que ele ficou um tanto quanto nervoso com algumas atitudes e bem... Em breve você irá ver algo no jornal.

- E porque eu não vi até agora?

- Você ainda acredita MESMO na mídia?

- Ok... Continue.

- Este garoto tem uma capacidade de gerar energia que a física não conseguia explicar até pouco tempo atrás e mesmo hoje são poucos os que tentam e menos ainda os que conseguem explicar o fenômeno.

- O que tudo isso tem a ver com viajar no tempo? – A paciência de Lucas estava se esgotando.

- Essa energia pode ser tão grande que viajar no tempo seria uma possibilidade aceitável.

- Olha , eu poderia passar meu dia inteiro tentando julgar as suas palavras, mas ainda não faz sentido te acusarem do que te acusam.

- A grande questão é que não era pra esse tipo de informação ter chego tão cedo aqui nesses países. Mas quer saber o que eu realmente acho? Acho que a gente deveria aproveitar melhor esse dia maravilhoso e curtir um bar hopping hoje! – Lucas estava mesmo que aquilo tudo não tivesse fim e que aquele dia se tornasse um looping infinito de tempo. Tudo isso parecia impossível, mas ele poderia pelo menos aceitar esse inusitado convite.

- Por que não?

Com essa frase Lucas pode ter umas das noites mais interessantes de sua vida inteira. Ele dançou, cantou, bebeu, correu e acima de tudo se divertiu tanto que ele nem sabia mais o nome do bar em que ele se encontrava. Tudo que ele se lembrava às três de manha era de que ele havia refletido muito e agora ele queria muito beijar Alice e que ele estava perto de algum show de música retrô ou alguma coisa assim. Foi quando ele ouviu: “Away over on the rooftops. Let’s get married

- MARRIED? HAHA Eu nem namorada tive! – Lucas gritava alto e acabou caindo no chão, solitário. Depois ouviu a seguinte frase: “So come over just be patient. And don’t worry”.

- Meio tarde para falar isso não!? Depois dessa vida desgraçada! Não tem mesmo mais nada com o que se preocupar! É o fim! – Lucas estava revoltado, era fim da vida dele e ele ainda se sentia vazio e bêbado.

- Eu entendo que esteja revoltado Lucas, mas preciso te dizer isso. Eu sou casada, mas desdeo dia que nos conhecemos percebi que você era alguem especial, que mudaria o mundo. Eu estava certa, você estava meio mal, mas conseguiu mudar o mundo em apenas um instante. Se algum momento você duvidou que alguém como eu pudesse gostar de você, fique sabendo que o mundo todo irá te admirar, uma pena não viver para ver isso. Só uma coisa, talvez você não se lembre, mas eu era aquela garota que você gostou durante todo o colegial e faculdade, é que eu mudei muito meu visual e foi até bom para não me reconhecer, ajudou no processo.

Com estas palavras Lucas se foi com o sorriso mais sincero de sua vida toda.

No dia seguinte o seu corpo foi encontrado no meio da rua do centro de São Paulo e o médico legista disse apenas isto: “4 horas antes do esperado. Ataque cardíaco fulminante, esqueci de prever isso.”

Death And All His Friends.

Eis que a história tem seu fim. Um fim um tanto quanto confuso, mas que será compreendido com o tempo. O fato é que Lucas teve um fim digno de alguém que coopera com um herói. Ele soube que era admirado pela garota que ele sempre admirara. O amor pode ser apenas um detalhe para uma vida cheia de trunfos. A parte mais complexa é reconhecer suas outras qualidade em detrimento dos seus defeitos apenas. Viva la vida. Aproveite tudo que possa aproveitar, prospere e seja alguém grande. Grande não só para seus pais, ou para sua namorada ou namorado. Seja grande para si mesmo e para seu mundo.

Vai haver dúvida sobre o final ter sido feliz ou triste, mas eu digo: há felicidade em uma vida de tristeza com um desfecho levemente feliz? E há tristeza em uma vida feliz com um final desastroso?

domingo, 22 de maio de 2011

[E-book] Reconsiderar


Olá leitores, aqui estou eu com mais um capítulo desta história que vocês acompanham. Backstage é um local aqui em Guaratinguetá que eu acho legal frequentar, por isso gostei de usá-lo no livro. Não que eu ja tenha tido a mesma sorte que Joshua, hehe.


Até a próxima.

Mr. Silver

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Tudo que veio a seguir para mim durante aqueles próximos momentos do torneio foi como o vento, que passa causa algumas consequências, mas não fica na memória exatamente como “vento”. Fernanda não desgrudava de Joshua mesmo ele perdendo ou ganhando, porém o mais absurdo disso não era o fato de eles estarem juntos afinal isso era uma coisa natural dado que na noite anterior eles tinham saído para uma espécie de “baladinha rock”. O mais absurdo em si era o fato de eu sentir um sentimento tão forte e tão triste só de encontrá-los ali juntos. Era preciso pensar muito a respeito para entender aquilo, todavia aparentemente eu estava perdidamente apaixonada pelo garoto que eu acabara de dar um fora.

Após sair do meu mundo dos devaneios insessantes a respeito de Joshua, me dei conta de que na verdade todas as partidas que eu havia assistido eram apenas treinos, o que talvez explicasse os gritos felizes de Fernanda a todo momento que qualquer lance acontecia no torneio. Aos poucos, olhando com atenção eu notei que toda aquela “melação” era ridícula e desnecessária e que ela também estava começando a me irritar mais e me entristecer menos. Foi com esse sentimento de raiva misturada a tristeza que nasceu um espírito competitivo e patriótico pela minha escola como eu nunca havia tido antes.

Durante o intervalo entre as rodadas de treino e as rodadas oficiais eu me juntei aos competidores e torcedores mais fanáticos para me pintar com as cores do time, decorar todas as canções e já preparar minha voz para aguentar aos vários gritos que eu pretendia dar durante todo o torneio. Depois de toda a transformação para se tornar uma dedicada fã do seu colégio, eu agora tinha meu cabelo preso para trás formando um rabo de cavalo para que as cores amarelo e vermelho pudessem aparecer mais destacadas, por fim ela vestiu a camiseta oficial da torcida que fora emprestada por uma das organizadoras das torcidas.

O torneio começou oficialmente e olhando atentamente era possível ver claramente que as todas de treino não eram nada comapradas as oficiais, haia muita mais emoção e as equipes olhavam pro desempenho dos seus robôs como se fosse a última partida de cada um. A ideia do torneio era derrubar o robô adversário para fora da arena, todavia diversas vezes os robôs quase caiam e geravam aquele clássico “uhhhh”. Eu já conseguia entender perfeitamente as estratégias e os “lances” das disputas, porém estava muito disputado e não dava para ter nem idéia sobre quem venceria ao final e decido a tamanha incerteza os juízes decidiram apresentar os vencedores apenas durante a premiação.

Por mais que o principal do evento fosse a disputa entre o meu colégio e o colégio de Joshua, ainda havia outras equipes lá que marcavam forte presença com torcidas bem organizadas, robos criativos e uma forte garra. Uma delas em especial tinha um garoto que não parava de me encarar, com certeza interessado em mim ou quem sabe tentando fazer alguma praga como no Harry Potter e a Pedra Filosofal. Terminadas as partidas os times tinham que se organizar, guardar suas coisas e aguardar nos assentos do auditório pela premiação. Enquanto toda a equipe do colégio Fênix ia se organizando com a ajuda de Fernanda, Joshua começou a se lembrar dos acontecimentos do dia anterior.

Joshua saíra de casa no dia anterior sem nenhuma pretensão, o beijo tinha sido algo errado no final das contas, ele pensava. No momento em que beijara Fernanda ele havia sido tomado de um certo impulso devido ao recente “colapso” comigo. Porém ele agora havia se arrependido e sairia com Fernanda por pura amizade; ele só havia esquecido de avisar isso a ela. Fernanda por sua vez estava muito animada e achava que essa seria a oportunidade que ela havia esperado tanto: poder ficar de uma vez por todas com Joshua. No horário marcado eles se encontraram em frente ao Backstage e Fernanda estava vestida como se fosse um rockeira muito bem produzida: usava calças pretas com correntes, uma maquiagem leve mais detalhada, enfim, estava linda. Eles entraram no local que tinha dois ambientes e passaram a noite ouvindo boa música e conversando. Por fim a beleza de Fernanda e um pouco de tédio levou a um beijo e algo como “Eu gosto muito de você” da boca de Joshua, consequencia: Fernanda havia grudado de uma vez nele. Mas a verdade era que a cabeça dele estava muito confusa para pensar qualquer coisa, principalmente depois de me ver chegando no torneio.

Na hora de premiação o garoto que não parava de me olhar sentou-se do meu lado direito já lançando um sorriso de canto de boca e ao meu lado esquerdo se sentou um homem muito discreto. Todos estavam muito ansiosos e eu via que talvez fosse a hora de conversar com esse garoto e começar mais uma história romântica para minha vida e esquecer o Joshua, é, na minha mente isso era bom.

O homem discreto pensou: “A filha dele? Haha. Bando de conservador fanático! Hora de botar lenha na fogueira.”

Eu comecei a conversar com o garoto, ele era alto, bonito, tinha um físico muito bom e olhos claros, o tipo de garoto que a maioria das garotas se interessaria. Até que o homem discreto ao meu lado me chamou:

- Sofia. Por mais que o Alexandre seja um garoto atraente, ele é vazio e só quer te levar para a cama; pra falar a verdade ele é até mesmo um bêbado, pode crer. Sabe quem é um cara realmente interessante? Joshua. – Com estas palavras eu tive que reconsiderar.

domingo, 15 de maio de 2011

[E-book] [Conto] Ultima latet hora.


Então gente, Memento Mori está chegando a seu fim. Esse será o penultimo capítulo. Eu pretendia me estender até 5 capítulos, mas acho que não há porque prolongar, prometo um capítulo maior, mais detalhado e com o esperado fim daqui a duas semanas mais ou menos(peço perdão pela demora). Espero que gostem!

Mr Silver

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“Eis um pequeno fato: você vai morrer”. Esta frase atormentava Lucas diariamente, a cada dia que passava ele tinha mais e mais certeza de que esse fato iria se concretivar. Ele ainda não tinha contato a nenhum amigo e sua ausência no trabalho até agora era apenas explicada por uma suposta doença. Foi em um domingo a noite que Lucas decidiu que voltaria a seu trabalho, era como se toda aquela mudança estivesse fazendo um mal ainda pior do que a própria angústia de saber o dia de sua morte. Na segunda feira ele se vestiu com seu melhor traje, olhou para o espelho e disse do fundo de seu peito: “Hoje você está inspirado, faça algo de bom”. O dia foi horrível, a sua ausência não foi muito bem recebida, pois algumas pessoas o haviam visto em alguns daqueles pubs e achavam que a doença havia sido apenas uma desculpa esfarrapada para curtir a vida. “Doente uma ova, estava apenas curtindo, pelo jeito é assim que acaba o legado do advogado prodígio”, os mais invejosos faziam questão de repetir isso diariamente e conforme o tempo passava e Lucas não negava nem reclamava sobre nada que lhe falavam, os seus casos foram ficando cada vez piores. Até o ponto em que os únicos casos que ele pegava eram de pequenas causas como pessoas que não pagavam dívidas e coisas do tipo. Do jeito que as coisas corriam era mais fácil Lucas acabar se matando antes de a morte o levar no horário previsto.

Foi num dia nublado que ao chegar no seu escritório seu chefe estava dentro de sua sala. Lucas logo pensou que seria demitido e esse sofrimento de tédio e falta de propósito teria um fim, junto com sua vida. Lucas adentrou sua sala, se sentou e esperou seu chefe falar.

- Lucas. Não me parece certo. Não me parece ideal. Mas é assim que as coisas vão acontecer.

- Eu lhe agradeceria se você fosse mais direto.

- Você vai receber o caso mais complexo que esse escritório já recebeu em toda a sua história. É uma garota que jura que pode viajar no tempo, mas que está sã. Ela cometeu alguns atos complexos e enfim... Vai ser preciso uma densa análise do caso, pois ela realmente não está louca, mas os físicos dizem que tudo que ela diz é besteira e ela deveria ser internada. O caso é todo seu.

- Por que ele é meu? – Por mais que Lucas estivesse feliz em lidar com algo que o desafiasse dessa forma, era muito esquisito aquele chefe que só dera a ele trabalhos desmotivantes fazer isso.

- A garota só aceita pagar se for você e ela está disposta a pagar muito bem.

Lucas teria muitos meses para lidar com aquele caso uma vez que não havia audiência marcada ou coisa assim, tanto a promotoria quanto a defesa precisavam pesquisar e falar com muitas pessoas. A garota se chamava Alice e tratava Lucas como um velho amigo, embora a memória dele não o levasse a nenhuma memória dela. Ele ficou tão fissurado no trabalho árduo que nem se esforçava para lembrar do dia em que morreria. Foi quando a audiência foi marcada para um dia depois de sua morte.

Ultima latet hora.

Os dias de Lucas passam rápido. Tudo que ele fez até agora foi usar seu tempo de forma variada: entrou em desespero, curtiu a vida até demais, trabalhou demais. Ele nem sequer se deu ao trabalho de tentar achar uma namorada. Porém as coisas mais incríveis acontecem quando se menos espera, agora ele tem um caso grande e recheado de mistérios talvez sem solução. Quando ele menos espera a audiência é marcada e é para um dia depois de sua morte. Nunca desista, por mais que a hora do fim está para chegar, nunca se sabe o que é o fim. Ainda há muito o que se aprender a o último capítulo desa breve história deverá dar uma boa lição sobre o que é importante na vida e o que significa viver bem para cada pessoa. O que será que a hora final nos reserva?

domingo, 8 de maio de 2011

[Especial] Mãe.

Este texto vai de encontro a minha mãe principalmente, mas é dedicado também a cada boa mãe dedicada de leitores do blog, ou mãe leitoras. Eu não pude passar o dia das mães na minha casa, embora isso tudo seja apenas uma data capitalista ainda é bom ter um dia para lembrar com mais força o quanto nossa mãe é importante. Mas que fique claro, eu agradeço todos os dias pelos pais e família que tenho. Como parte do meu presente, uma foto minha sorrindo (minha mãe sabe como isso é raro) e um texto em sua dedicação.

Mr. Silver

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Mãe. Muitos gostam de simplesmente generalizar o que sentem pela suas mães e dizer palavras sem pensar: “Eu te amo”. Parece óbvio, mas não é tão simples. Amar é um sentimento que gera uma grande responsabilidade, por mais que parece algo simples e que a maioria das pessoas diria: “é tão óbvio que eu amo a minha mãe!”. Mas amar é um verbo, logo se espera algum tipo de ação vindo disso. De que vale um amor recheado de apenas dor? De que vale um amor sempre batalhas, sem sacrfícios ou coisas do genero? Para mim isso é como um amor incompleto. Não adianta também idolatrar sua mãe como um ser mega superior e divino que nunca vai fazer nada errado e que você tem que viver e morrer apenas para fazer exatamente o que ela quer. Me lembro até hoje de um dia que não sei se minha mãe vai lembrar, mas eu estava no carro com ela indo para a minha escola do colegial e eu sempre tive muitos sonhos: “ir para a Inglaterra”, “participar do torneio mundial de robótica”, etc. Daí então durante uma de nossas conversas ela disse algo do tipo “Silas, se um dia você tiver a oportunidade de realizar algum sonho seu, fazer algo grande e com isso tiver que ficar longe da gente, nem pense duas vezes, vá.” Isso foi de extrema importância para mim, hoje estudo Engenharia Elétrica na UNESP, estou um tanto quanto longe de casa, mas realizando parte de um dos meus sonhos. Obrigado mãe!

Eu tive os despreazer de me enganar e pensar em expressar alguns sentimentos dizendo “eu te amo” de forma muito vã. A sensação de arrependimento é horrível. Eu já fiz muitas coisas erradas e muitas coisas certas. Independente da situação, por mais que ficássemos sem nos falar por algumas horas, no final das contas o resultado era o mesmo: voltávamos a falar sobre a vida, o universo e tudo mais. Foi graças a ela que eu peguei adquiri o amor pela leitura e pela cultura japonesa. Até hoje acho a minha mãe muito mais culta que muito playboyzinho que paga de cult só porque faz letras na usp. Aliás não que eu goste de falar mal da usp, mas algumas alunas de lá acham que minha mãe me tira a liberdade, mas se hoje tenho liberdade ou felicidade ou amor é graças a ela, então “Shut”. Minha mãe também me acompanhou no momento mais triste e difícil dos meus últimos tempos: o ano de vestibular, que para muitos não é nada de mais, para mim foi ruim e ela estava lá, com certeza fará muito sentido a ela eu citar Fernando Pessoa.

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Por fim, depois de tudo que aprendi na minha vida há duas coisas que preciso fazer. Primeiramente citar Vinicius de Morais que para mim foi um dos caras mais apaixonados que já passou por este mundo:

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

E dizer que posto tudo digo com certeza e confiança: “Cecília dos Santos Vergílio, verdadeiramente te amo.”

domingo, 1 de maio de 2011

[E-book] Reunião.


Olá leitores, em algum momento de senilidade eu achei que tinha tempo de escrever um capítulo para o blog. Devido a isso eu me matei de estudar pras provas depois, mas pelo menos eu consegui o capítulo ^^ Espero que gostem. Tem alguma crítica, comentário ou teoria sobre o desenrolar da história? Comente!

Mr. Silver

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A reunião ocorria em um canto isolado da França, dentro de uma sala grande com uma mesa para vinte pessoas. Todos os participantes estavam trajando ternos pretos a não ser pelo homem que usava uma roupa mais discreta, calças jeans e uma camisa polo branca e sapatenis. O homem discreto discutia com alguns cientistas, todos falavam em inglês, porém era claro a diferença de sotaque entre um e outro que representava uma grande diversidade de nacionalidades. O teor da conversa era muito específico e certa vez o homem discreto disse:

- Sim. Eu já me encontrei com ele por acaso, mas não vi nenhum sintoma e ainda acho isso tudo muito arriscado. – Após isso diversos pontos de vista eram lançados até uma pergunta chave e sua resposta pela mesma pessoa:

- Eu tenho noção de sua importância, mas o simples fato de não termos a oportunidade de testar isso é muito preocupante. E nem me venha falar que testar em duas pessoas é a solução. – Ele estava começando a perder a paciência. – E quanto ao Julius, ele já sabe disso?

- Julius saberá quando for necessário – Respondeu um dos cientistas que era muito gordo e tinha um enorme bigode branco.

- Não é assim que as coisas devem funcionar.

- Se você tivesse se preocupado mais com isso antes e deixado seus torneios de robótica de lado...

- VOCÊ DEVIA AGRADECER A ELES! SEM ELES VOCÊS NEM TERIAM MINHA AJUDA! – Nesse momento ele já estava vermelho e com sua tempora saltando.

- Fique calmo... Mudando de assunto... Você já se encontrou com ele? Fiquei sabendo que vocês moram na mesma cidade.

- Por acaso eu o encontrei em um torneio de robotica.

- Algum sintoma?

- Não dá para saber, apenas o mais óbvio: ele parece ser inteligente.

- Acho que fora o que já foi tratado entre ontem e hoje. Nós não temos mais nenhum assunto. Pode se retirar então... – Pouco antes do homem deixar a sala, o outro mais gordo se lembrou de uma coisa – Espere! Ainda não é nada urgente, mas há boatos de que Julius enviou algum tipo de informação á família, pouco provável, mas fique de olho.

- Sem problema. Eu provavelmente encontrarei o menino em breve.

Mais rápido do que eu esperava, havia chego o dia da luta sumô entre o colégio Fênix e o meu colégio. Eu sabia que provavelmente encontraria com Joshua no dia e mnha mente estava começando a ficar conturbada e indomodada com a ausência dele no meu dia a dia e principalmente nos finais de semana que sempre marcávamos de sair. Mesmo sabendo que namorar com ele implicaria em consequências que eu desconhecia o nível de perigo. Com essa confusão toda eu me arrisquei e fui ao torneio. Era um em que o ginário estava lotado e eu já estava acostumada aquilo, pois todos os anos eu ia lá prestigiar meu colégio. Todos os anos eu deixava para ir um pouco em cima da hora para não ficar sentindo muita ansiedade pelo início do torneio e desta vez eu havia passado bastante do horário e provavelmente perderia as primeiras partidas. Por isso saí correndo de casa com toda a velocidade que meus pés conseguiam me proporcionar e quando chego na porta da escola me deparo com Joshua.

- Joshua! – Eu estava tão apressada que tinha uma bolacha na minha boca e minha blusa ficava caindo toda hora, sem falar na minha bolsa que estava aberta e quase deixando seu conteúdo no chão

- Ah! Sofia. – Joshua parecia tão surpreso quanto eu ao ve-lo por ali, ambos sabíamos que nos encontraríamos lá, mesmo assim foi uma surpresa nos vermos tão repentinamente. Mas antes que desenvolvêssemos qualquer tipo de conversa, uma voz que eu conhecia muito bem.

- Joshua! Venha aqui! Sua partida jájá vai começar. Se demorar como vou lhe dar um beijo de boa sorte? – Era Fernanda.

Algo bateu. Algo bateu e era forte. Eu não fazia ideia do que era aquilo que batia. Mais forte que um soco ou um pontapé, bateu no instante que ouvi a frase que Fernanda havia falado. Era algo que eu não tinha planejado, pensei que estava no comando, que Joshua seria quem teria que se controlar para não ter um sentimento muito forte. Mas então a verdade mostrou seu rosto. A verdade disse que eu era muito fraca e que agora eu estava ferrada. É possível matar pessoas, animais, destruir objetos, todavia não é possível matar uma ideia.